Líderes mundiais lamentaram a morte do ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter. O democrata, que estava sob cuidados paliativos desde fevereiro de 2023, era considerado o ex-presidente vivo mais velho da história do país, chegando aos 100 anos.
Um dos primeiros a comentar sobre a morte de Carter foi o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Nas redes sociais, o líder publicou uma carta de pesar, onde escreveu que a “América e o mundo perderam um líder extraordinário, estadista e humanitário”.
“Carter viveu uma vida medida não por palavras, mas por ações. Com sua compaixão e clareza moral, ele trabalhou para erradicar doenças, promover a paz, avançar os direitos civis e humanos, promover eleições livres e justas, abrigar os sem-teto e sempre defender os mais necessitados. Ele mudou as vidas de pessoas em todo o mundo”, disse Biden.
Na publicação, o presidente informou que determinou a realização de um funeral oficial de Estado para Carter, em Washington. A data, contudo, ainda não foi definida.
O presidente eleito Donald Trump também lamentou a morte do ex-chefe do Executivo, dizendo que ele fez “de tudo” para melhorar a vida dos norte-americanos. “Os desafios que Jimmy enfrentou como presidente vieram em um momento crucial para o nosso país. Por isso, todos nós temos uma dívida de gratidão com ele”, disse o republicano.
Outros que comentaram a morte de Carter foram os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton. Em nota, os políticos agradeceram o serviço do democrata e prestaram solidariedade aos familiares. “Carter viveu para servir os outros até o fim.”
O rei Charles III, do Reino Unido, também se pronunciou, dizendo que tomou conhecimento da morte de Carter “com grande tristeza”. “Ele foi um servidor público comprometido e dedicou sua vida à promoção da paz e dos direitos humanos. Meus pensamentos estão com a família do presidente Carter e com os norte-americanos”, afirmou o britânico.
O mesmo foi dito pelo o presidente da França, Emmanuel Macron, que destacou a luta incansável de Carter pela paz. Já o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reforçou que o legado deixado pelo democrata é de compaixão, gentileza, empatia e trabalho duro. “Ele serviu aos outros tanto em casa quanto ao redor do mundo”, disse.
No Brasil, o presidente Lula da Silva (PT) publicou um comunicado classificando Carter como um “amante da democracia”. O petista ainda ressaltou que, no final da década de 1970, Carter “pressionou a ditadura brasileira pela libertação de presos políticos”.
“Carter conseguiu a façanha de ter um trabalho como ex-presidente, ao longo de décadas, tão ou mais importante que o seu mandato na Casa Branca. Criticou ações militares unilaterais de superpotências e o uso de drones assassinos. Trabalhou junto com o Brasil na mediação de conflitos na Venezuela e na ajuda ao Haiti. Criou o Centro Carter, uma referência mundial em democracia, direitos humanos e diálogo”, escreveu Lula.
Quem foi Jimmy Carter?
Jimmy Carter foi eleito o 39º presidente dos Estados Unidos em 1976, exercendo o cargo até 1981. Seu governo marcou avanços nas relações diplomáticas, incluindo o reconhecimento oficial da China e os Tratados de Camp David. No entanto, enfrentou críticas pela condução da crise dos reféns no Irã, quando 52 funcionários americanos foram mantidos reféns por 444 dias.
Após deixar a Casa Branca, o político manteve uma atuação ativa por meio da Fundação Carter, criada em 1982, dedicando-se a causas humanitárias e a missões diplomáticas em diversos países. Em 2002, foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho em prol dos direitos humanos e da resolução pacífica de conflitos.