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segunda-feira 29 de julho de 2024 às 07:43h

Líderes internacionais não reconhecem vitória de Maduro na Venezuela e pedem transparência na contagem de votos

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Líderes internacionais exigiram transparência e não reconheceram imediatamente o resultado das eleições presidenciais na Venezuela, divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontou a vitória de Nicolás Maduro, com 51% dos votos. Representantes de EUA e de países da América e da Europa cobraram a divulgação de todas as atas de votação e a demonstração detalhada dos votos registrados pelos eleitores no domingo.

O resultado anunciado pelo CNE na madrugada desta segunda-feira, com 80% das urnas apuradas indicou a reeleição do chavista para um terceiro mandato de seis anos, com mais de 5,1 milhões de votos, cerca de 51,2%, contra 4,4 milhões, ou 44,2%, obtidos pelo candidato opositor, Edmundo González. A oposição denuncia não ter tido acesso a 100% das atas de votação, e contesta o resultado final, apontando que o candidato Edmundo González Urrutia é o verdadeiro vencedor.

Veja algumas reações de líderes do mundo à vitória de Maduro.

EUA

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, expressou desde o Japão a sua “séria preocupação” de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não reflita a vontade do povo. Pouco antes, Blinken havia pedido uma recontagem “justa e transparente” dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela.

— Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Apelamos às autoridades eleitorais para que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir a transparência e a prestação de contas — indicou.

Chile

O presidente chileno, Gabriel Boric, afirmou que o país não vai reconhecer nenhum resultado que não seja verificável. Boric disse que os resultados anunciados pela autoridade eleitoral venezuelana são “difíceis de acreditar” e também exigiu “total transparência das atas e do processo”.

“O regime de Maduro deve entender que os resultados publicados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exige total transparência das ações e do processo, e os observadores internacionais não se comprometem com o governo na conta da veracidade dos resultados. Desde o Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, escreveu em um pronunciamento após a divulgação do resultado.

Argentina

“MADURO DITADOR, FORA!!!”, escreveu o presidente argentino, Javier Milei, em sua conta X antes da divulgação dos resultados oficiais na Venezuela.

“Os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados anunciam uma vitória esmagadora da oposição e o mundo espera que esta reconheça a derrota depois de anos de socialismo, miséria, decadência e morte”, acrescentou.

“A Argentina não vai reconhecer outra fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular. A liberdade avança na América Latina”, disse Milei, aludindo ao nome de seu movimento ultraliberal.

Espanha

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, pediu esta segunda-feira à Venezuela que garanta “total transparência” na contagem dos votos depois das polémicas eleições em que o Presidente Nicolás Maduro foi reeleito.

“Queremos total transparência e por isso pedimos a publicação da ata tabela por tabela”, declarou Albares em entrevista à rádio Cadena Ser. “Queremos que a transparência seja garantida. tabela para que isso possa ser verificável”, acrescentou.

“Neste momento temos alguns números brutos que foram fornecidos e, como podem ver, há uma divisão de opiniões”, acrescentou.

Peru

O chanceler peruano, Javier González-Olaechea, anunciou em X que chamará o embaixador peruano na Venezuela para consulta “dados os gravíssimos anúncios oficiais das autoridades eleitorais venezuelanas”.

Costa Rica

O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, “repudia categoricamente a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana da Venezuela, que consideramos fraudulenta”, numa mensagem transmitida pela X.

Uruguai

Para o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, “não se pode reconhecer uma vitória se não se confia na forma e nos mecanismos utilizados para alcançá-la”.

“Era um segredo aberto. Eles iam ‘ganhar’ sem prejuízo dos resultados reais. O processo até ao dia da eleição e da contagem foi claramente falho”, acrescentou na sua conta X.

Guatemala

“A Venezuela merece resultados transparentes, precisos e que correspondam à vontade do seu povo”, escreveu em

“São essenciais os relatórios das missões de observação eleitoral, que hoje, mais do que nunca, devem defender o voto dos venezuelanos”, acrescentou.

Comemoração de aliados

Pouco após a divulgação do resultado eleitoral, governos aliados ou simpáticos ao regime chavista parabenizaram Nicolás Maduro, reconhecendo o resultado divulgado pelo CNE. Entre os países que reconhecem a reeleição de Maduro, estão Cuba, Nicarágua e Rússia.

“Hoje, a dignidade e a coragem do povo venezuelano triunfaram sobre as pressões e manipulações”, comemorou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, no X.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, felicitou Maduro nesta segunda-feira:

“As relações entre a Rússia e a Venezuela constituem uma parceria estratégica. Confio que o seu trabalho à frente do Estado continuará a contribuir para o seu desenvolvimento progressivo em todas as áreas”, disse Putin num telegrama enviado a Maduro, segundo um comunicado do Kremlin. “Lembre-se de que você é sempre bem-vindo em solo russo”, acrescentou.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, saudou que “a vontade do povo venezuelano foi respeitada nas urnas”, ao mesmo tempo que ratificou a sua “vontade de continuar fortalecendo nossos laços de amizade”.

O líder de Nicarágua, Daniel Ortega, enviou um “abraço fraterno” a Maduro, enviando ao presidente “nossa homenagem e saudação, em honra, glória e por mais vitórias”.

Por sua vez, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, parabenizou Maduro por “seu triunfo inquestionável, que reafirma sua soberania e o legado histórico do comandante @chavezcandanga”, o falecido Hugo Chávez, que o ungiu como seu sucessor.

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