A declaração de Donald Trump sobre anexar a Groenlândia aos Estados Unidos não foi bem recebida pelos europeus. Em declarações na quarta-feira (8), representantes de diferentes países afirmaram que os comentários do presidente eleito vão contra os valores ocidentais, já que desrespeitam o princípio da inviolabilidade das fronteiras.
“O princípio da inviolabilidade das fronteiras se aplica a todos os países, independentemente de estar a leste ou a oeste, e todos os Estados devem cumpri-lo, independentemente de ser um país pequeno ou um Estado muito poderoso. É um princípio fundamental do direito internacional”, afirmou o chanceler alemão, Olaf Scholz.
O mesmo foi dito pelo ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, que ressaltou que a União Europeia não permitirá que outras nações ataquem suas fronteiras soberanas. “Somos um continente forte”, frisou o ministro francês.
Remota e gelada, a Groenlândia é um território dinamarquês autônomo entre o Atlântico Norte e o Oceano Ártico. A ilha vem atraindo o interesse de Trump desde seu primeiro mandato (2017-2021). Além de ter acesso a minerais raros, o republicano vê vantagem militar geográfica estratégica em ter a ilha anexada ao território norte-americano.
Durante coletiva nesta semana, o republicano voltou a tocar no assunto e não descartou a possibilidade de impor taxas à Dinamarca para assegurar o controle da ilha. Ele também disse não desconsiderar uma possível intervenção militar.
Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca, já rejeitou a ideia de Trump, dizendo que a Groenlândia pertence ao povo e que somente a população local poderá determinar o futuro do território. Mesmo ponderando que a Dinamarca sempre busca uma forte cooperação com os Estados Unidos, ela reforçou que a “ilha não está à venda”.