Líderes do governo Lula minimizam alta do dólar e consideram episódio superado

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT) disse nesta última quarta-feira (3) que a queda do dólar após as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as contas públicas demonstra “inconsistências” na elevação da moeda.

“Não sei se foi por isso que disseram ‘fale mais assim que vai caindo o dólar'”, brincou Jaques sobre as declarações de Lula desta quarta. “Mas isso mostra que não tem consistência a subida [do dólar] e, portanto, a descida também… Eu acho que acima de R$ 5,10 está no campo do jogo”, acrescentou.

Jaques também reforçou críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que tem sido alvo de reclamações frequentes de Lula. Para o líder do governo, o debate sobre o tema foi personalizado, o que gera uma “torcida organizada”.

“O presidente do BC não é votado, é indicado, e na minha opinião… Eu desconheço presidente do BC que anda toda hora falando, toda hora dizendo, esse é que tem que ser gelado. O cara fica indo em jantar de Manoel, de Joaquim, vai votar com camisa azul, verde”, declarou Jaques, em referência à presença de Campos Neto em evento promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que “acabou a pressão” sobre o dólar e que a alta foi apenas uma “oscilação eventual, que já foi tranquilizada”.

“Não há razão para desespero por parte do mercado. Não há razão fática para nervosismo e alteração de câmbio”, destacou Randolfe, ressaltando que avalia que o País possui bons índices econômicos no momento. Ele acrescentou que o preço voltará ao valor “real e concreto”, que seria de até R$ 5,20.

O senador amapaense negou que a oscilação tenha sido fruto das críticas do presidente Lula ao presidente do Banco Central. “Não foram as falas do presidente, e sim um ataque especulativo”, reagiu.