Iniciada a 20ª legislatura, estão definidas as lideranças das bancadas da maioria e da minoria na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O deputado Rosemberg Pinto (PT) segue como líder do governo. Na oposição, o deputado Alan Sanches (União Brasil) é quem está à frente do grupo de parlamentares. Ambos projetam muito trabalho para o ano 2023, com uma Casa renovada em 40% dos seus membros e a construção de um amplo debate democrático acerca de propostas que tragam benefícios ao Estado e à população baiana.
“A perspectiva aqui para a liderança da maioria é trabalhar a união dos deputados, para que tenhamos um relacionamento com a minoria no sentido de aprovar os projetos de iniciativa do Executivo, do Poder Judiciário e de iniciativa de deputados”, afirmou Rosemberg Pinto.
Para ele, é preciso trabalhar no sentido de romper, ao menos parcialmente, a visão que coloca os dois lados em total oposição. “Isso é o que eu venho fazendo há algum tempo. Sessenta e três deputados, que se organizam e pensam diferente, foram eleitos, mas é preciso analisar o projeto que tramita na Casa e olhar com a visão de quem precisa dele, que é a sociedade. Então, esse o meu grande desafio desde que assumi a liderança, inicialmente dialogando com o deputado Targino Machado, depois com o deputado Sandro Régis (UB), com o próprio Alan (Sanches), que assumiu em alguns momentos, e Tiago Correia (PSDB). Acredito que a gente avançou muito nesse conceito”, disse o petista.
Com relação ao novo panorama nacional, ele acredita que será uma situação bem diferenciada do vivido nos últimos quatro anos, quando o Governo Federal não estava alinhado ao estadual politicamente. “É lógico que tem uma outra questão, que é a base de apoio do novo Governo Federal, que também traz pessoas que nos últimos quatro anos foram nossos adversários, e nós temos que lidar com essa nova arrumação”, explicou.
No âmbito estadual, Rosemberg explica que, embora seja um governo de continuidade do PT, haverá “um olhar diferente para as coisas”.
“Certamente são conceitos diferentes, porque Rui era diferente de Wagner, e Jerônimo é diferente de Rui. Então, nesse primeiro momento, a gente vai ter que compreender qual é esse novo olhar do governador”, disse.
Por fim, ele lembrou a questão de deputados que, durante a campanha, estiveram no campo oposto, mas que agora irão se alinhar ou realinhar à base do governo. “É natural que nós vamos também ter que ter um tipo de cuidado para fazer esse alinhamento”, destacou Rosemberg Pinto.
Dinâmica
Do outro lado, o líder da oposição, o deputado Alan Sanches (UB), acredita que a chegada de novos deputados acarretará em outra dinâmica para a Assembleia Legislativa. “A gente vem com uma renovação de quase 40%. A oposição também teve esse mesmo percentual e, com certeza, isso vai trazer uma nova energia para a Casa. Os deputados novos chegam com uma grande vontade de trabalhar, de aprender, de conhecer o funcionamento da Casa. Isso acaba ajudando demais a nossa oposição”, explicou Sanches.
Segundo o parlamentar, como o próprio nome diz, trata-se da liderança da minoria, e será preciso trabalhar com criatividade e inteligência para alcançar objetivos. “Nós ficamos na oposição com 19 ou 20 deputados, pois ainda há uma movimentação comum (dos parlamentares de um bloco a outro)”, explicou Sanches, que vê na construção do diálogo a oportunidade de fazer uma oposição responsável.
“Não vamos fazer de forma nenhuma uma oposição obstrutiva, para prejudicar politicamente o governo. Votaremos a favor de tudo aquilo que for bom para a população da Bahia, como sempre fizemos”, explicou.
De acordo com ele, o enfrentamento acontecerá apenas quando houver proposições que, sob a ótica da oposição, sejam prejudiciais ao Estado e, consequentemente, ao povo baiano.