Líderes do futuro mantêm viva a cultura organizacional

A liderança do futuro requer presença constante e posicionamento transparente, corajoso, franco, direto, construtivo, motivador e consistente. Não à toa, a comunicação ganhou relevância no pós-Covid 19. Entre diversos fatores, por manter vivo o propósito, a internalização da cultura organizacional e mobilizar os colaboradores.

A demanda crescente por posicionamento público tem razão de ser. Em tempos de mundo polarizado e maior desconfiança quanto aos governantes, empresas bem-sucedidas são sinônimos de competência e ética – até que se prove o contrário. Logo, espera-se que CEOs, diretores e gerentes das melhores organizações deem o direcionamento e influenciem stakeholders para desenvolvimento de carreira, atingimento dos resultados comerciais e para a sociedade.

Nesse sentido, líderes do futuro se posicionam de forma inovadora. Eles quebram a rigidez e o distanciamento hierárquico e dão espaço ao tratamento humanizado, abertura ao diálogo e à escuta ativa. Procuram estar mais no dia a dia das equipes, disponíveis para interação, atentos à saúde mental e ao legado que vai além dos negócios.

Neste novo papel, líderes do futuro vão além do modelo tradicional de comunicação interna. Eles aproveitam diversos momentos em time para reforçar subliminarmente o intuito maior de cada projeto – que é manter o foco no que pode levar a companhia ao sucesso.

Líderes do futuro adotam atitudes inspiradoras, são exemplos de trabalho, estratégia, planejamento, inteligência emocional, governança, ética e resultado. Mostram-se também humanos e vulneráveis. Mas seguem dispostos a manter todos conectados e em sinergia. Incentivam colaboradores pelos esforços e reconhecem publicamente quem faz acontecer.

Lideranças do futuro elevam o patamar das áreas de Recursos Humanos e Comunicação, pois entendem os colaboradores como principal ativo. Querem entendê-los e alcançá-los. Ampliam pesquisas, cuidados, ferramentas e benefícios em apoio à produtividade e meritocracia. Internalizam novas tecnologias a favor da disseminação e assimilação das mensagens – após as redes sociais internas, a moda são os podcasts proprietários.

Nas melhores organizações, líderes do futuro dedicam parte das oportunidades na imprensa, em novos nichos midiáticos (portais de notícias e canais de Youtube) e nos perfis institucionais e pessoais nas redes sociais (especialmente no Linkedin) para endereçar mensagens empáticas, destacando valores e princípios da empresa, comportamentos e atributos esperados dos colaboradores, papel de apoio às comunidades.

Essas lideranças apoiam-se em estudos de institutos de pesquisas, consultorias especializadas de RH e agências de comunicação renomadas, que atestam a força do posicionamento de CEO’s, diretores e gerentes em temas importantes na gestão de pessoas.

O levantamento “Tendências em Comunicação Interna”, da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), foi divulgado este ano. Após ouvir 163 empresas de diversos segmentos e portes, ele nos provoca sobre os principais desafios da comunicação interna atualmente:

1 – Levar mais lideranças à condição de reais comunicadores, atuando de forma estratégica, descentralizando cada vez mais a produção de conteúdo e exercício da influência para o bem;

2 – Fazer a comunicação de fato chegar aos públicos operacionais;

3 – Enfatizar estratégia e cultura da empresa.

Toda essa dedicação procura, no fundo, despertar a paixão dos colaboradores pelo que fazem. Fortalecer o senso de orgulho de pertencimento à empresa. Atuar no employer branding. Potencializar negócios, parcerias, marcas, pessoas e reputação com credibilidade. E aí, vai ficar fora dessa?

Por Heverton Peixoto, ele é engenheiro civil com MBA em Corporate Finance no Insead, CEO Omni & CO e conselheiro do Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros da FGV