A avaliação entre líderes do Congresso é que a agenda do governo pode ser destravada mesmo com a ausência do presidente Lula da Silva (PT), que se recupera de uma cirurgia de emergência em São Paulo. A solução é simples: basta a equipe do petista apresentar uma alternativa para o pagamento de emendas o mais breve possível.
Parlamentares ouvidos pela Coluna do Estadão dizem ver em Lula “boa vontade”, principalmente após a reunião desta segunda-feira, 9, entre o petista e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Membros do Centrão, o grupo político que dá as cartas no Legislativo, afirmam que, se as emendas forem pagas “vota tudo”, incluindo o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a reforma tributária e as leis do Orçamento.
As lideranças consideram que Lula deixou o terreno bem preparado ao se comprometer em encaminhar um desfecho para as emendas. Tudo depende agora de um parecer que está sendo preparado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e a Casa Civil para disciplinar a liberação dos recursos.
No entanto, o “vai e vem” do governo sobre as emendas acabou gerando nova desconfiança de que há “jogo combinado” do Palácio do Palácio do Planalto com o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para emparedar o Congresso. Líderes dizem que a equipe de Lula precisa agora agir rápido para afastar esse sentimento de deputados e senadores.