Um tribunal do Camboja condenou nesta sexta-feira (3) conforme a AFP, a 27 anos de prisão o líder opositor Kem Sokha por traição, em um caso que os grupos de defesa dos direitos humanos consideram ter motivação política.
“Kem Sokha é condenado a 27 de prisão pela acusação de conluio com estrangeiros no Camboja e em outros lugares”, afirmou o juiz Koy Sao no tribunal em Phnom Penh.
O político de 69 anos foi um dos fundadores do agora dissolvido Partido do Resgate Nacional do Camboja e é um adversário histórico de Hun Sen, que governa o país desde 1984.
Depois do anúncio do veredicto, Kem Sokha foi levado de maneira imediata para sua casa, onde permanecerá em prisão domiciliar e com autorização de contato apenas com integrantes de sua família.
O tribunal também retirou os direitos políticos do opositor.
Detido em 2017 durante uma operação noturna que mobilizou centenas de policiais, Kem Sokha foi acusado de tramar um “plano secreto” em conluio com agentes estrangeiros para derrubar o governo de Hun Sen, que está perto de completar quatro décadas no posto de primeiro-ministro. O líder opositor rejeita as acusações.
Os críticos afirmam que Hun Sen cortou as liberdades democráticas e usou os tribunais para silenciar os opositores. Políticos, dissidentes e defensores dos direitos humanos foram detidos no país.
O embaixador dos Estados Unidos no país, W. Patrick Murphy, afirmou que o veredicto foi “injusto” e baseado em uma “conspiração inventada”.