Líder do PL na Câmara, o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) teceu duras críticas ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, também do PL. O parlamentar questionou as revelações feitas pelo ex-assessor do então presidente em acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal (PF). Como revelou, nesta quinta-feira, a colunista Bela Megale, do O Globo, Cid contou ter presenciado uma reunião de Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas à época na qual foi debatida a elaboração de uma minuta que abriria a possibilidade para uma intervenção militar após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.
— Cid tem que ser demitido do Exército. Essa delação é ridícula. Não há prova material — afirmou Côrtes em entrevista à CNN.
— A relatora da CPMI descambou para o embate político — reclamou o líder do PL, referindo-se à senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que também defendeu que Garnier compareça ao colegiado e se referiu ao militar como “uma figura central nas investigações”.
Quem também comentou a delação de Mauro Cid nesta sexta-feira foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. O parlamentar, no entanto, evitou comentários mais objetivos sobre as informações fornecidas à PF pelo ex-ajudante de ordens do pai.
— Não tenho informações sobre isso. A delação está pública? Como é que vocês sabem disso? A gente só pode falar alguma coisa quando a delação estiver pública. Não tem como ficar conjecturando antes disso — disse Eduardo ao jornal Folha de S. Paulo, após ser perguntado se acreditava que Cid inventou o episódio.
Como mostrou a colunista Bela Megale, o tenente coronel contou que, durante o encontro de Bolsonaro com a Alta Cúpula militar, o almirante Almir Garnier Santos teria dito ao então presidente que sua tropa estava pronta para aderir a um eventual chamamento golpista. Por outro lado, ainda de acordo com o relato de Cid, o comando do Exército afirmou, naquela ocasião, que não embarcaria no plano.