O ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, atual líder do governo na Câmara dos Deputados, voltou a criticar fortemente o que chamou de “preciosismo” da agência reguladora Anvisa, que continua dificultando o uso emergencial ou definitivo de várias vacinas no momento em que o Brasil mais necessita do imunizante.
Neste último sábado (27), horas depois de o parlamentar criticar o ritmo lento de aprovação de vacinas, a Anvisa voltou a barrar um novo pedido de uso emergencial da vacina russa Sputinik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleia, um dos mais tradicionais produtores de vacinas do mundo.
É a quarta vez segundo o Diário do Poder, que a Anvisa fecha as portas à Sputinik V. Ainda em agosto de 2020, o laboratório União Química fez o primeiro pedido de uso emergencial da vacina russa, comprometendo-se a importar as primeiras 10 milhões de doses. Em 24 horas, a Avisa devolveu o pedido fazendo 32 novas exigências.
“O mundo dispõe de mais de vinte vacinas, que estão sendo aplicadas em larga escala em seus países”, lembrou Ricardo Barros, “mas a Anvisa parece mais preocupada em demonstrar sua ‘excelência’, em tentar ser o topo do top do top’, enquanto os brasileiros continuam sendo contaminados e mortos aos milhares pela doença.
Ricardo Barros lembrou que enquanto a Anvisa aprovou o uso no Brasil de apenas três vacinas (Coronavac, AstraZenca e Pfizer), há pelo menos uma dezena de outras vacinas disponíveis no exterior, como a indiana Covaxin, que já fechou contrato com o Ministério da Saúde, mas segue impedida pela Anvisa.
Os casos da Suputinik V e da Covaxin chamam a atenção pelas evidências de má vontade da Anvisa em autorizá-las no Brasil, apesar de ambas terem sido aprovadas em agências reguladoras de outras países.