O chefe do Executivo de Hong Kong zombou das sanções dos EUA contra ele nesta terça-feira (11) e defendeu a recusa de seu governo de agir contra um iate, ancorado perto do porto de Hong Kong, relacionado a um oligarca russo.
O navio, com 142 metros de comprimento e chamado “The North”, seria de propriedade do bilionário russo Alexei Mordashov, um oligarca próximo ao presidente russo Vladimir Putin, afetado pelas sanções adotadas por Washington, União Europeia e Reino Unido após a invasão russa da Ucrânia.
Os Estados Unidos alertaram Hong Kong depois que o território autônomo chinês se recusou a sancionar “The North”, estimando que tal medida poderia prejudicar a reputação da província.
John Lee, o chefe do Executivo e ex-chefe de segurança de Hong Kong, é uma das personalidades chinesas e de Hong Kong sancionadas por Washington em 2020, depois que o governo central chinês impôs uma lei de segurança nacional destinada a suprimir qualquer dissidência.
Questionado nesta terça-feira durante uma entrevista coletiva sobre as consequências das sanções dos EUA contra ele, Lee as chamou de “um ato muito selvagem” e preferiu “apenas rir dessas supostas sanções”.
Na semana passada, as autoridades de Hong Kong anunciaram que não dariam seguimento a quaisquer sanções ocidentais “unilaterais” ao iate, avaliadas em 500 milhões de dólares.
Nesta terça-feira, Lee reiterou esse argumento, dizendo que as sanções dos EUA e da Europa “não têm nenhum fundamento jurídico”.
“Vamos cumprir qualquer resolução da ONU sobre sanções porque Hong Kong tem a estrutura legal para aplicá-las”, disse ele, mas “não faremos nada que não tenha uma estrutura legal”.