O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, advertiu, nesta terça (21), que os membros da aliança não estão aumentando seus gastos com defesa rápido o suficiente diante do ataque da Rússia à Ucrânia.
Em 2014, depois que a Rússia anexou a península da Crimeia, os 30 aliados da Otan se comprometeram com o aumento de seus gastos a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2024.
No entanto, o relatório anual da Otan, divulgado nesta terça, mostra que somente sete membros da aliança chegaram a esse patamar em 2022 (Grécia, EUA, Lituânia, Polônia, Reino Unido, Estônia e Letônia).
Em 2020 eram 11 membros com esse nível de gastos, e em 2021 caiu para oito.
“Muitos aliados prometeram aumentos significativos nos gatos com defesa desde a invasão da Rússia (…) Agora essas promessas devem se converter em dinheiro real, contratos e equipes concretas”, disse Stoltenberg em uma coletiva de imprensa.
Na visão de Stoltenberg, a queda no número de países que cumpriram o compromisso de 2% é explicada pelo fato de que as economias nacionais desempenharam melhor do que o esperado, e isso fez com que os orçamentos em defesa parecessem proporcionalmente menores.
Os Estados Unidos são, por muito, o país de maior gasto militar, já que representa aproximadamente 70% do gasto da Otan em 2022, de mais de um bilhão de dólares.
O gasto geral dos membros europeus e do Canadá aumentou em 2,2% em 2022, aponta o relatório anual da aliança militar.
“Desde 2014, os aliados aumentaram os gastos de defesa e estamos avançando na direção correta. Mas não estamos nos movendo tão rápido como exige o perigoso mundo no qual vivemos”, disse Stoltenberg.
“Por isso, embora agradeça todo o progresso que conseguimos, é óbvio que devemos fazer mais, devemos fazê-lo mais rápido”, acrescentou.
A aliança agora busca estabelecer um novo objetivo de gasto em sua reunião de julho em Vilnius, Lituânia, no qual os aliados devem acordar que 2% seja considerado um “piso, não um teto” para o gasto de cada país.
“Nesse mundo novo e mais disputado, não podemos dar como certa a nossa segurança”, disse Stoltenberg.