Uma ampla pesquisa qualitativa encomendada segundo a coluna Satélite, do Correio*, realizado pela pré-campanha do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) ao Palácio de Ondina, atribui a forte rejeição enfrentada pelo PT no Oeste da Bahia ao baixo empenho do governo estadual em solucionar a carência de energia na região. A insuficiência de matriz energética é apontada como a principal barreira para o crescimento do agronegócio baiano e a atração de investimentos de peso, sobretudo nas indústrias têxtil e de alimentos. Entre eleitores das classes média e alta do Oeste, fatia com potencial de influenciar votos em escala exponencial, o desinteresse das gestões petistas em empunhar a bandeira do setor produtivo local, após quase 16 anos no poder, ocupa o topo das queixas.
As insatisfações dirigidas ao PT por produtores rurais e lideranças que representam o agronegócio motivaram Neto a colocar a expansão da oferta de energia na região na lista de prioridades máximas do seu plano de governo. Com o gesto, Neto vem ganhando espaço cada vez maior no numeroso eleitorado antipetista do Oeste.
O deputado estadual Paulo Câmara (PSDB) afirma em entrevista para a coluna Satélite, do Correio*, que existem dezenas de empresários com projetos parados por causa do déficit energético. “Tem produtor cuja expectativa é de receber a energia solicitada à Coelba apenas em 2025. Ainda assim, sem garantias claras de que o prazo será cumprido. Muitos recorrem a geradores movidos a diesel para manter a operação no campo. O que eleva bastante os custos. Boa parte do problema é resultado da desatenção do PT em apertar a Coelba a investir mais recursos na distribuição e mobilizar as forças políticas do estado para pressionar o governo federal a ampliar a rede de transmissão”, destacou na publicação.