Desde que Lula assumiu o governo, 74 dias se passaram. Tirando o socorro aos Yanomami em Roraima e outras medidas emergenciais, como a ação no caso das chuvas no Litoral Norte de São Paulo, a gestão petista produziu factoides em série, mas não conseguiu até hoje segundo a coluna Radar, de Robson Bonin, colocar de pé as esperadas propostas econômicas prometidas na campanha.
Sem ter o que apresentar, os ministros de Lula — são 37 no total — já falaram em rever a reforma da Previdência, rever a reforma trabalhista, acabar com o saque aniversário do FGTS, colocar os Correios para fazer o serviço do Uber no país, criar uma moeda comum na América Latina e até financiar gasoduto no país vizinho.
O último factoide foi lançado por Márcio França: comprar passagens de companhias aéreas para vender a preços mais populares a brasileiros de determinados grupos da sociedade, como aposentados, estudantes e servidores públicos de renda média.
O festival de ideias “geniais” tirou o próprio petista do sério, como mostrou o Radar nesta terça. Lula deu uma bronca geral nos auxiliares, deixando claro que todo anúncio deve antes passar pelo crivo da Casa Civil e da Presidência.
Lula assumiu seu terceiro mandato depois de uma eleição apertada. Além de ampla oposição, lida com a ansiedade dos aliados em ver o governo deslanchar. As coisas, até agora, não foram ajustadas, tanto que o petista decidiu, como o Radar mostrou, recriar a Coordenação de governo para colocar ordem na casa.
A sorte do petista, no entanto, é que a obra de Jair Bolsonaro e sua turma no Planalto continua rendendo manchetes e crises no noticiário. Quando essa fonte secar será preciso ter trabalho a mostrar.