O leilão de energia A-5, realizado nesta sexta-feira, repetiu o histórico de baixa contratação de novos projetos de geração para atendimento do mercado regulado, que vem diminuindo de tamanho nos últimos anos com mais consumidores buscando alternativas como o mercado livre de energia ou a geração distribuída.
Ao todo, o certame negociou 176,8 megawatts (MW) médios de energia, a um preço médio de 237,48 reais por megawatt-hora, representando um deságio médio de 26,38%.
Conquistaram contratos no leilão 22 empreendimentos, que somam 557,45 MW de potência e cerca de 2,95 bilhões de reais em investimentos.
Do total de projetos, 12 são pequenas hidrelétricas, que venderam energia suficiente para fazer frente à obrigatoriedade de contratação de 50% da demanda do leilão nessa fonte, conforme a lei 14.182, que autorizou a privatização da Eletrobras.
A potência contratada ficou novamente muito abaixo da oferta. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) havia cadastrado para o certame cerca de 83.000 MW, distribuídos em 2.044 projetos.
Em coletiva de imprensa após o certame, ela disse ainda que a pasta está avaliando mudanças nos leilões de energia, relacionadas à forma dos certames e a menores prazos para os contratos.
Perfil dos projetos e compradores
Além dos 12 empreendimentos hídricos, também venceram contratos no certame três projetos da fonte eólica, quatro usinas solares fotovoltaicas, duas térmicas movidas a biomassa de bagaço de cana e uma térmica de aproveitamento de resíduos sólidos urbanos.
Não houve negociação para projetos movidos a carvão mineral ou a biogás.
Em relação aos deságios por fonte, o maior foi registrado para a biomassa, com 40,06%. As fontes solar e eólica obtiveram descontos de 38,78% e 26,90%, respectivamente, frente aos preços máximos estipulados.
Os projetos que venderam energia no leilão deverão iniciar o suprimento em 1º de janeiro de 2027, com prazos contratuais variando de 15 a 20 anos, a depender da fonte.
Do lado comprador, a Cemig foi a principal compradora do leilão, responsável por 82% da energia adquirida. A Celpa, distribuidora do Pará controlada pela Equatorial Energia, comprou os 18% restantes da energia negociada no certame.