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Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o deputado federal mais votado do país, com 1,47 milhão de votos Karoline Barreto/CMBH
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domingo 9 de outubro de 2022 às 13:35h

Leia entrevista com Nikolas Ferreira, deputado federal mais votado do Brasil

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Deputado federal mais votado do país, com 1,47 milhão de eleitores, Nikolas Ferreira (PL-MG) diz que será um “soldado de Bolsonaro” no segundo turno — e, para isso, usará as redes sociais, que o alçaram à fama e onde reúne mais de quatro milhões de seguidores no Instagram e um milhão no YouTube. Aos 26 anos, o vereador de Belo Horizonte chegará à Câmara dos Deputados segundo Jéssica Marques, do O Globo, com a intenção de atuar contra o fundão eleitoral e diz que até aceita conversar com a esquerda, com a qual acumula desavenças: “Agora, a outra pessoa também tem que querer dialogar”, afirma.

A que atribui ter sido o deputado federal mais votado do país?

Nunca fiz as coisas pensando em me tornar um político, em um projeto de poder. Fiz aquilo que acreditava que era o correto. Hoje vejo que todo esse período, escola, faculdade, foi uma preparação. Surgiram as oportunidades de candidaturas a vereador e a deputado federal, e eu estava preparado. Queria representar as pessoas que pensavam como eu.

Por que quis entrar na política?

Quando a Bíblia fala que a gente precisa ser luz, a luz é na escuridão. A política, graças a Deus, tem mudado, mas ainda há muita escuridão. Quero ser luz e quebrar esse paradigma de que o cristão não pode se envolver com política. Se eu não ocupo, outra pessoa vai ocupar. Em 2015, entrei numa Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Lá estavam integrantes do MST e da CUT e o presidente da UNE. Gravei um vídeo falando o que pensava das pautas deles e no final, agradeci, porque graças a eles não quis ser esquerdista.

Qual o seu papel na campanha de Bolsonaro? André Janones, seu adversário em Minas, participa ativamente da de Lula

Sou só mais um soldado do presidente Bolsonaro. Diferentemente deles, a gente não tem nenhum tipo de estratégia ardilosa para alcançar o eleitor. O Janones faz isso de maneira muito histérica, dizendo que o Bolsonaro vai acabar com o Auxílio Brasil etc.

O senhor é transfóbico? É uma acusação de seus adversários.

Posso acusar qualquer pessoa de qualquer coisa. Transfobia é aversão a pessoas trans, homossexuais. Na verdade, eles chamam hoje de transfobia tudo aquilo de que discordam. Se você, por exemplo, apoia o presidente (Bolsonaro), se torna fascista. Eles monopolizam o conceito das palavras e te acusam daquilo que, inclusive, muitas vezes, eles são. Agora, se ser transfóbico é defender que homem usa banheiro de homem, e mulher usa o banheiro de mulher, então de fato vou continuar mantendo meu posicionamento.

O Ministério Público abriu um inquérito contra o senhor por divulgar um vídeo de uma aluna trans no banheiro feminino.

É completamente absurdo colocarem como se eu estivesse contrário ao Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo que eu estava defendendo as crianças e os adolescentes. Não filmei nem invadi o banheiro. Foi a minha irmã que sofreu a invasão de privacidade no banheiro feminino e me passou a situação. Entrei em contato com a escola, que não tomou nenhuma medida. Fiz isso como irmão, para defender a minha irmã e as outras irmãs, mães, mulheres, que no Brasil estão começando a ter essa imposição de entrar no banheiro de uma rodoviária, por exemplo, e ter um homem lá dentro. A população brasileira está ao meu lado.

É a favor da ampliação do acesso às armas, mesmo sendo evangélico?

Eu tenho a posição do presidente Bolsonaro. Acho que o povo armado nunca vai ser escravizado. Vimos o que aconteceu na Venezuela e na Colômbia. E a gente sabe que a única coisa que pode impedir um homem mau com uma arma é um homem bom com uma arma. Passando por todos os trâmites legais e psicológicos e treinamento, a pessoa que queira se defender, defender a família e a propriedade, deve ter o direito. Até mesmo porque o bandido tem.

Como vai se relacionar com a esquerda na Câmara?

No âmbito das ideias, vou dialogar. Agora, a outra pessoa também tem que querer dialogar e conversar. A gente já sabe o modus operandi da esquerda: gritar, esbravejar, mudar os conceitos, te acusar daquilo que eles são. Ela pode esperar bastante oposição quanto aos meus princípios para pontuar os valores que não são só meus, mas do Brasil. Quanto a aborto, ideologia de gênero, ativismo LGBT, qualquer pauta neste sentido pode ter certeza de que vão enfrentar uma oposição bem ferrenha.

Que outras pautas pretende levar adiante?

Quero muito contribuir para a transparência dos gastos públicos. E batalhar contra o fundão eleitoral. Há também muito a fazer por segurança pública, saúde e educação.

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