O ministro britânico das Forças Armadas britânicas, James Heappey, classificou como “ato de legítima defesa” o ataque ao grupo rebelde Houthis, do Iêmen, promovido pelos Estados Unidos (EUA) e pelo Reino Unido na noite desta última quinta-feira (11).
A ação militar aconteceu um dia depois do grupo rebelde realizar o maior ataque a rotas comerciais do Mar Vermelho desde novembro do ano passado. De acordo com Heappey, a retaliação foi “uma resposta limitada, proporcional e isolada” e não há planos de novos ataques por parte dos EUA e Reino Unido.
As explosões em Saana, capital do Iêmen, e em outras cidades do país foram relatadas na madrugada desta sexta-feira (12/01), no horário local. A ação aconteceu por água e ar, a partir de submarinos, navios e aviões de combate.
O grupo Houthi controla uma parte do Iêmen e contou com o apoio do Irã para intensificar os ataques a navios comerciais no Mar Vermelho nas últimas semanas.
Desde novembro, 27 incidentes foram registrados, como a agressão a um navio de bandeira norueguesa com um míssil, em dezembro, na costa do Iêmen. Os rebeldes alegam que os ataques são uma forma de protesto contra as ações de Israel na Faixa de Gaza.
Os governo do Irã, da Rússia e de Omã condenaram a resposta ocidental contra o Houthis. O governo russo anunciou que pretende solicitar uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir o bombardeio.
O porta-voz do grupo rebelde, Mohammed Abdulsalam, disse que o grupo continuará os ataques a navios com destino a Israel no Mar Vermelho até que o conflito em Gaza seja interrompido. Para os rebeldes, a operação liderada por EUA e Reino Unido é “injustificada”.
Abdulsalam afirmou ainda que os navios de guerra americanos também podem ser atacados caso o próprio grupo se torne alvo direto dos ataques.
A ação do Houthis contra navios comerciais no Mar Vermelho perturbou o comércio internacional na principal rota marítima entre Europa e Ásia, que representa 15% do tráfego mundial. Companhias de transporte marítimo de todo o mundo suspenderam as operações na região e passaram a adotar a rota em torno da África, mais longa.