Este ano, a Lavagem do Bonfim, que acontece nesta quinta-feira (16), celebra os 280 anos da chegada da imagem do Senhor do Bonfim a Salvador. O tema central deste ano é “Amado Jesus, Senhor do Bonfim, Nossa Esperança, há 280 anos entre nós”, fundamentado no Jubileu da Esperança – convocado pelo Papa Francisco – e também no aniversário de chegada da imagem, trazida à Bahia em abril de 1745.
Ao todo, 79 entidades foram cadastradas junto à Empresa Salvador Turismo (Saltur) para desfilar ou atuar nesta que é uma das festas religiosas mais populares do país. Dentre elas estão o Rixô Elétrico, Ska Reggae, Malê Debalê, Bloco da Saudade, Muzenza, Orixalá e Amor e Paixão.
As entidades, associações culturais, músicos, fanfarras, bloquinhos carnavalescos e demais agremiações ficarão concentradas na Avenida Contorno até a Praça dos Tupinambás, a partir da 0h desta quinta-feira (16). A saída dos bloquinhos e entidades ocorrerá após o Ato de Fé, que será realizado das 8h às 9h na Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio.
Entre as entidades que irão desfilar estão os já tradicionais Associação Afoxé Filhos de Gandhy e o bloco Ilê Aiyê; os Blocos Afro Muzenza e Malê Debalê; Bloco Amor e Paixão; a Escola de Samba Filhos da Feira; o grupo percussivo Orixalá, com Gerônimo, e os bloquinhos percussivos Proibido Proibir e Bloco da Saudade. Os grupos seguirão representando a cultura baiana no percurso até a Colina Sagrada.
Programação
Dentro da programação da Lavgem do Bonfim, às 6h30, será dada a largada da Corrida Sagrada, evento realizado pela Federação Bahiana de Atletismo (FBA) e que faz parte do Calendário de Turismo Esportivo de Salvador. Às 7h, a 16ª Caminhada “Lavagem de Corpo e Alma” sairá da Conceição da Praia em direção à Colina Sagrada, com fiéis e membros da Devoção ao Senhor do Bonfim.
Na Basílica da Conceição da Praia haverá um coral, a partir das 8h, com regência do maestro David. Às 9h, o grupo vai entoar o Hino ao Nosso Senhor do Bonfim e uma queima de fogos será realizada na rampa do Mercado Modelo.
No início da tarde, o reitor da Basílica Santuário Senhor do Bonfim, padre Edson Menezes, transmitirá uma mensagem da janela central da igreja, na Colina Sagrada, e concederá a todos uma benção. Com a chegada do cortejo da baiana, se concretizará o ponto alto da celebração, que é a lavagem das escadarias da igreja com água de cheiro.
Para o historiador Murilo Mello, um dos fatores que fez com que a Lavagem do Bonfim se tornasse tão popular foi o fato de ter sido uma festa abraçada pelo povo. “A Lavagem do Bonfim não é uma liturgia tão somente católica, é uma liturgia do entendimento do povo. O povo sempre se manifestou no Bonfim mais fora da igreja do que dentro. O ser humano precisa disso para manter a vida, dessa ruptura com o trabalho, com as obrigações. Talvez por ter sido abraçada pelo povo de santo e pelo povo baiano, a Lavagem do Bonfim tenha permanecido viva e tão popular”, afirma.