A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) mais uma fase da Operação Lava Jato e prendeu Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, suposto operador do PSDB e suspeito de operar propinas da Odebrecht.
Batizada de Ad Infinitum, a fase também cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-senador e chanceler Aloysio Nunes (PSDB).
Logo após a prisão do suposto operador, o procurador Deltan Dallagnol fez postagem no Twitter. “Vejo tweets receando que o ministro Gilmar Mendes solte Paulo Preto mais uma vez em liminar. Isso é impossível debaixo da lei. O relator desse caso no Supremo não é ele e sim o ministro Fachin”, disse.
Em resposta, a ex-coordenadora da Lava Jato em São Paulo, Thaméa Danelon, afirmou: “Mas Gilmar Mendes pode proferir uma decisão completamente ilegal e inconstitucional dizendo que ele é o juiz prevento para todos os casos em que Paulo Preto for preso. Um absurdo? Sim. Mas Gilmar já proferiu varias decisões absurdas!!!”.
Deltan retuitou, acrescentando que “se isso acontecesse seria um caso de exercício arbitrário de poder, fora do Direito”.
A procuradoria acusa Paulo Preto de ter movimentado pelo menos R$ 130 milhões em contas na Suíça, entre 2007 e 2017. As investigações são baseadas em informações e documentos colhidos no sistema de propinas da empreiteira Odebrecht.
Com a ida do caso para a alçada da Lava Jato em Curitiba, sob o argumento de que o dinheiro desviado por ele foi repassado a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras, a força-tarefa tira o caso das mãos de Gilmar Mendes. O ministro é considerado por integrantes do Ministério Público como um entrave para casos relacionados aos governos tucanos em São Paulo.
Paulo Preto chegou a ser preso preventivamente duas vezes no ano passado, mas em ambas as situações foi solto por habeas corpus concedidos pelo ministro do STF.