A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira (28) funcionários do Bradesco em mais uma etapa da Lava Jato no RJ.
A força-tarefa investiga, segundo o G1, se os bancários ajudaram a lavar dinheiro da quadrilha de doleiros exposta na Operação Câmbio, Desligo, há quase um ano.
Mandados de prisão cumpridos até as 8h
- Júlio Cesar Pinto de Andrade
- Robson Luiz Cunha Silva
- Tânia Maria Aragão de Souza Fonseca
As prisões foram determinadas pelo juiz Marcelo Bretas, que também expediu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos.
Doleiros na mira há um ano
Deflagrada em junho de 2018, a Operação Câmbio, Desligo prendeu 30 pessoas em quatro estados.
Segundo a polícia, 3 mil empresas offshore em 52 países movimentaram US$ 1,6 bilhão (R$ 6,5 bilhões). As empresas ficam em paraísos fiscais e são usadas para ocultar o verdadeiro dono do patrimônio depositado em uma conta.
A ação tem como base a delação do doleiro Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony. Os dois trabalhavam para a organização criminosa chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral e foram presos pela Lava Jato no Uruguai e trazidos para o Brasil.
O Ministério Público Federal denunciou 62 pessoas, acusadas de formar uma organização criminosa, desde a década de 90, que promoveu evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O ex-governador Sérgio Cabral e Dario Masser, apontado como o “doleiro dos doleiros”, estão entre os denunciados.
Os suspeitos integravam um sistema chamado Bank Drop, no qual doleiros remetem recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”.
Trata-se de um câmbio que envolve depósitos em contas em diferentes países, mas o dinheiro não é rastreável pelo Banco Central: doleiros recebem no Brasil e compensam em contas no exterior. Por não haver remessa, muito menos registro, o montante escapa das autoridades e dos impostos.
Os procuradores sustentam que a rede de doleiros operava lavando dinheiro para diversas organizações criminosas, inclusive a que o ex-governador foi condenado por liderar.