O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou, durante participação no Programa Poder em Foco do SBT, neste domingo, (27), que a Operação Lava Jato tem passado por dificuldades, em parte relacionadas à publicação de mensagens atribuídas aos integrantes da força-tarefa, e indicou que ‘pequenos desvios e excessos’, serão corrigidos junto à Procuradoria Geral da República.
Segundo o procurador-geral, as mensagens no entanto, não afetariam e invalidariam as condenações já proferidas no âmbito da operação. “Não tem um condão de invalidar a verdade dos fatos já apurados e por isso não teria a força para desconstituir os julgados até aqui proferidos”.
Entrevistado pelo jornalista Fernando Rodrigues, Aras ainda negou ter convidado o coordenador da força-tarefa em Curitiba, o procurador Deltan Dallangnol, para chefiar uma força-tarefa de combate ao narcotráfico. O PGR comentou ainda sobre eventuais punições ou inquéritos em face de Deltan – “não quer dizer que não possa continuar contribuindo no combate à macrocriminalidade”.
O procurador-geral da República também reforçou seu posicionamento sobre a prisão em segunda instância. Na sustentação oral que apresentou na retomada do julgamento do Supremo sobre a execução antecipada de pena, Aras disse que a possibilidade era ‘uma forma de o Estado defender, não só as garantias dos condenados mas também os direitos das vítimas’.
Se o entendimento for revisto, no entanto, o procurador-geral pondera que os condenados de alta periculosidade, que cometeram crimes hediondos, devem continuar presos. Aras também falou sobre presos da Lava Jato, indicando que os crimes financeiros, de lavagem de dinheiro e contra ordem econômica são ‘os mais graves do ponto de vista coletivo’.
Na entrevista, Aras disse ainda que solicitou ao Supremo Tribunal Federal informações sobre o inquérito das Fake News. O procurador alega que sem a participação do Ministério Público na investigação, haverá ‘um grande problema constitucional’.
O PGR anunciou também que vai remanejar servidores da Procuradoria para disponibilizar mais um assessor para o gabinete de cada subprocurador, com o objetivo de agilizar a análise de processos. As informações são do Estadão.