Estudo que analisa o impacto da operação Lava Jato para a economia brasileira aponta que R$ 172,2 bilhões deixaram de ser investidos no país de 2014 e 2017. A pesquisa foi feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), e encomendada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Os resultados foram divulgados em apresentação virtual nesta última terça-feira (16).
Segundo o levantamento do Dieese, focado na Petrobras e no setor da construção, cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho foram perdidos no país de 2014 a 2017, como consequência da operação. Do total, 1,1 milhão de empregos foram perdidos no setor da construção civil.
A Lava Jato também impactou na arrecadação de impostos. De acordo com o estudo, R$ 47,4 bilhões em impostos diretos deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos.
Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, as ações da Lava Jato eram “espetaculosas” e expunham o nome das empresas. “Tanto a Petrobras como o setor de construção foram dizimados pela Lava Jato. Quem comete crime são as pessoas. As empresas e os empregos têm que ser preservados”, afirmou.
Nobre disse que entregará cópias do estudo aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Defendeu uma investigação sobre as pessoas que atuaram na operação, para apurar supostos interesses de empresas estrangeiras na quebra das companhias nacionais.
Para o presidente da CUT, a Lava Jato tinha um projeto de poder e que sua atuação foi responsável por eleger o presidente Jair Bolsonaro.
A Lava Jato
A força-tarefa da Lava Jato foi criada em março de 2014 pelo MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná). As operações deflagradas pelo grupo se notabilizaram pelas prisões de políticos e empresários. A maioria dos casos foram julgados pela 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba-PR, que tinha Sergio Moro como juiz federal até 2018.
A operação Lava Jato é considerada a maior ação contra a corrupção no país. Há desdobramentos no Rio de Janeiro, de São Paulo e do Distrito Federal. No início de fevereiro, a força-tarefa do Paraná foi incorporada ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPF.