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sexta-feira 13 de outubro de 2023 às 06:49h

Latinos eram proprietários de 25% dos novos negócios nos EUA em 2021

MUNDO, NOTÍCIAS


Quase 25% dos novos negócios abertos em 2021 nos Estados Unidos eram de propriedade de latinos, que se tornaram um motor econômico no país, informou o Departamento do Tesouro nesta quinta-feira (12).

A situação dos hispânicos melhorou consideravelmente desde a pandemia, que os atingiu de forma desproporcional. Eram eles os que corriam mais riscos de perder os empregos, de trabalhar em cargos na primeira linha de exposição ao vírus e com uma das taxas de mortalidade mais alta do país.

A partir de 2020, o número de empreendedores latinos aumentou.

“A média de solicitações comerciais mensais foi 50% maior em 2021-2023 do que em 2018-2019, e quase 25% de todos os novos empresários em 2021 eram latinos”, informou, em nota, o Departamento do Tesouro.

Além disso, durante o período 2019-2022, a renda dos empreendedores aumentou, em média, 25%, acrescentou.

Segundo um informe publicado em setembro pela Iniciativa para Empreendedores Latinos de Standford (SLEI), os Estados Unidos abrigam mais de 62,5 milhões de hispânicos, que são 19% da população.

Quinta economia mundial

Os aproximadamente cinco milhões de negócios pertencentes aos latinos rendem ao país, por ano, mais de US$ 800 bilhões (R$ 4 trilhões, na cotação atual).

Se os latinos que vivem nos Estados Unidos fossem um país, seriam a quinta economia mundial, atrás de Estados Unidos, China, Japão e Alemanha, e superando Índia, Reino Unido e França, segundo dois estudos publicados em setembro pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA, na sigla em inglês) e pela organização sem fins lucrativos Latino Donor Collaborative (LDC).

A UCLA estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da comunidade latina dos Estados Unidos tenha alcançado US$ 3,2 trilhões (R$ 16 trilhões) em 2021.

O governo atribui parte deste sucesso aos investimentos federais e à política do presidente americano, Joe Biden, que desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, aprovou projetos ambiciosos, como o Plano de Resgate Americano, a lei de redução da inflação e a lei de investimento em infraestrutura e empregos.

Para abordar a recuperação no pós-pandemia, o governo “tomou medidas importantes para construir uma economia mais justa”, destinando mais recursos às minorias, acrescenta o Tesouro.

 Cara ou coroa

A Casa Branca é consciente de que o eleitorado latino pode ser chave nas eleições presidenciais de 2024, nas quais Biden tentará se reeleger, sobretudo porque poderia voltar a enfrentar o republicano Donald Trump.

Para os democratas, o eleitorado latino é como uma moeda com uma cara (vota majoritariamente em seu partido) e uma coroa (o número de votos diminui).

É que nas eleições de 2020, Trump teve um forte apoio latino nas urnas de vários estados.

Ainda é cedo para fazer previsões sobre o comportamento dos latinos em 2024, mas não resta dúvidas de que poderia ser determinado pela inflação, que consideram um fator prioritário, segundo as pesquisas realizadas antes das eleições de meio de mandato de novembro passado. E acreditam que os republicanos se saem melhor com os números.

Outros temas, como armas, aborto e imigração foram relegados a segundo plano.

Por enquanto, Biden está com sorte: a inflação a 12 meses se mantém estável a 3,7%, segundo o índice de preços ao consumidor (IPC), publicado nesta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho.

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