A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta última sexta-feira (19) que o processo desinflacionário em curso deve continuar nos próximos meses. Em comunicado em reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), Lagarde projetou que a inflação cairá a 2,3% no final deste ano, antes de voltar à meta de 2% em meados de 2025.
Lagarde reconheceu que os riscos no cenário pendem para os dois lados. Entre os riscos ascendentes, a dirigente citou as tensões geopolíticas, aumentos salariais e margens de lucros resilientes. “Os riscos descendentes incluem o aperto monetário pressionando a demanda mais que o esperado e uma inesperada deterioração do ambiente econômico no restante do mundo”, disse.
A banqueira central acrescentou que o mercado de trabalho na zona do euro permanece resiliente, mas disse ver os primeiros sinais que apontam para um esfriamento da demanda por trabalhadores em meio à atividade mais fraca. “Espera-se que a produtividade do trabalho recupere no futuro, à medida que a acumulação de mão de obra diminui e as margens de lucro diminuem”, disse.
Sobre a economia global, Lagarde disse que houve uma melhora no cenário nos últimos meses e que a desinflação também continuou. Ainda assim, as perspectivas econômicas estão abaixo da média histórica, de acordo com ela. “Os riscos para as perspectivas mundiais são globalmente equilibrados tanto para a atividade econômica como para a inflação, embora as crescentes tensões geopolíticas representem um risco ascendente para a inflação e um risco descendente para o crescimento”, destacou.