A história recente do país mostra que o comportamento grotesco na política costuma ser um instrumento eficiente de visibilidade e engajamento para candidatos aventureiros e sem muito conteúdo propositivo. As informações são do portal, Veja.
Diante dessa constatação, esse texto não vai resgatar o que foi produzido de lamentável no debate da Band em São Paulo nesta quinta-feira, 8.
Não deixa de ser um péssimo sinal que o evento tenha sido dominado por condutas reprováveis focadas em detratar adversários. Pouco se falou efetivamente sobre propostas para melhorar a vida do eleitor na principal cidade do país.
Entre conquistar eleitores com propostas e tirar votos do adversário com narrativas depreciativas, a impressão que fica é que os concorrentes seguiram pelo segundo caminho com mais afinco.
Uso de drogas, violência doméstica, crime organizado e até manipulação eleitoral foram temas jogados ao vento de forma irresponsável no programa. Fica difícil apontar um vencedor no primeiro confronto eleitoral da temporada.
Pode-se gostar ou não da gestão de Ricardo Nunes, mas o que está aí é conhecido pelo eleitor, que sente na pele a dor e o sabor de viver em São Paulo. O que seria uma gestão de Guilherme Boulos ou Pablo Marçal, Luiz Datena e Tabata Amaral, no entanto, é um mistério. Está no campo das apostas, justamente numa cidade que costuma apostar pouco, vide a longa série de candidatos tucanos ou petistas que se revezaram no poder.
Para convencer o eleitor a variar, o foco dos postulantes deveria ser mostrar capacidade técnica, boas ideias e projetos factíveis para a cidade. Construir em vez de destruir. Com tanta baixaria, no entanto, isso ficou em segundo plano.