“Se eu fosse governador da Bahia não iria estar essa pouca vergonha que a gente está vendo na segurança pública e na escalada da violência em nosso Estado”, disse na noite desta última quinta-feira (24), durante entrevista ao podcast do Blog do Valente, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.
O líder do União Brasil afirmou que fez um estudo sobre a violência com dados referentes aos anos de 2021 e 2022, onde elencou as “melhores experiências” no combate à criminalidade e apresentou “um plano de governo completo”.
“Não é preciso inventar a roda. Não é verdade o que o governador diz, que esse é problema do Brasil todo. Que é uma situação que alcança o país inteiro. Não é verdade. Em muitos estados a violência está reduzindo”, pontua.
Neto citou o caso de Goiás, onde a segurança pública alcança, a cada ano, números positivos. O estado é governado por Ronaldo Caiado, seu colega de partido.
“Lá bandido não se cria. Aqui na Bahia bandido tá se criando. Alguns anos atrás a gente não ouvia falar aqui na Bahia de Comando Vermelho, de PCC, de Bonde do Maluco. E agora é isso que toma conta porque são as facções criminosas que estão presentes”, relatou.
Neto pediu humildade a Jerônimo para reconhecer o problema e parar de questionar a realidade, alem dos números. “As pessoas estão morrendo todos os dias. A Bahia tem o maior número de assassinatos do Brasil. Não é possível que um Estado como a Bahia, que tem um terço da população do Estado de São Paulo, registre o dobro do número de homicídios do Estado de São Paulo. Estamos falando de números absolutos”, lamentou ACM Neto.
“O governador, usando da má fé, se aproveita dos policiais. Eles largaram os policiais de lado, eles desvalorizaram as polícias. A Bahia tem umas das polícias pior remuneradas do país. O policial carece de apoio psicológico, de condição de trabalho, de tecnologia à serviço do combate ao crime. E tá aí o governador usando de má fé, se dizendo agora defensor da polícia”, pontua Neto, que ratificou a necessidade de pagar melhores salários aos policiais.
Neto opinou que o problema está na falta de um governador e na falta de condições de trabalho das Forças de Segurança. “Está faltando autoridade. Quando não há exemplo de cima, não adianta. E (esse exemplo) tem que vim do governador”.
Outra prioridade citada pelo ex-prefeito é desmontar as organizações criminosas com inteligência e confiscando patrimônios, tirando o dinheiro dos chefes do crime organizado. Neto ainda lembrou que mais da metade das ordens para ações criminosas, a exemplo de ataque aos grupos rivais, são feitas de dentro dos presídios.
“O que a Bahia está fazendo para controlar os presídios?”, questionou. “O presídio virou um espaço para cometer mais crimes“, disparou ACM Neto.