Foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nesta sexta-feira (4) o afastamento de Gilberto Kassab (PSD) do cargo de secretário da Casa Civil de João Doria (PSDB).
O ex-ministro e também ex-prefeito paulistano pediu licença do cargo para se defender de denúncias de corrupção pelas quais é investigado pela Polícia Federal.
Kassab foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, sob suspeita de ter recebido valores ilegalmente da JBS. Na ocasião, foram encontrados em sua casa em São Paulo R$ 300 mil em espécie. Ele nega irregularidades.
O secretário foi empossado no dia 1º, no mesmo dia da posse de Doria, ainda que não tenha comparecido à cerimônia.
Segundo decreto de Doria publicado no Diário Oficial, Kassab foi afastado “com prejuízo dos vencimentos e sem quaisquer ônus para o Estado, para tratar de assuntos de interesse particulares”.
“Absolutamente tranquilo sobre sua conduta ao longo da vida pública, Kassab decidiu licenciar-se do cargo para se dedicar à organização e ao encaminhamento das informações solicitadas por sua defesa, que comprovarão a lisura de seus atos”, disse, em nota, a assessoria de imprensa do ex-ministro.
Durante o afastamento, Antonio Carlos Maluf, ex-secretário de Relações Institucionais na Prefeitura de São Paulo e ex-secretário do governador Mário Covas (PSDB), avô do prefeito tucano Bruno Covas (PSDB), assumirá o cargo de secretário da Casa Civil.
Sobre o caso, Doria afirmou à GloboNews nesta quinta-feira (3) que, comprovada a inocência diante das suspeitas de que recebeu R$ 58 milhões do grupo J&F, Kassab voltará ao cargo. Ele também elogiou o ex-ministro, colocando-o como um dos maiores articuladores políticos do país.
A indicação de Kassab faz parte de um projeto de Doria de concorrer às eleições presidenciais em 2022. Além dele, o tucano nomeou outros seis ex-ministros de Michel Temer (MDB) para comporem seu secretariado.