A Justiça Federal suspendeu o licenciamento da Sul Americana de Metais (SAM), empresa brasileira de capital chinês, para exploração de minério de ferro no Norte de Minas. O projeto inclui um mineroduto que iria de Grão Mogol (MG) até Ilhéus no sul da Bahia, para embarques no porto local. Seria o segundo maior do mundo.
Segundo o jornal A Região, a decisão foi proferida pela 3ª Vara Federal de Montes Claros na última terça (14) e determina que Minas Gerais e o Ibama suspendam a tramitação do licenciamento, acatando ação civil pública do Ministério Público Federal e Ministério Público de Minas Gerais.
Segundo a ação, o projeto pode ocupar território de comunidades tradicionais e usaria uma quantidade enorme da água que garante a sobrevivência da população na área. O norte de Minas é semiárido e tem pouca precipitação de chuva ao longo do ano.
2020 começou com os rios secos e o mineroduto, que usaria 51 milhões de m³ de água por ano, agravaria o problema. Moradores do local querem que a Justiça impeça não só o mineroduto, mas a própria exploração do minério de ferro na região.
A mineradora tenta iniciar o empreendimento desde 2010. O plano era conhecido como Projeto Vale do Rio Pardo e foi negado pelo Ibama por inviabilidade ambiental. Este projeto previa a construção de um complexo minerário (com barragens de rejeito e de água, mina, usina de tratamento de minério, etc) e o mineroduto de 482 km.
Com o veto do Ibama, a SAM reformulou o projeto, que hoje se chama Bloco 8, retirando o mineroduto da proposta. O mineroduto, no entanto, ainda tem previsão de ser construído e de acordo com o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do Bloco 8, por uma empresa independente.