A Justiça do Reino Unido aprovou, nesta sexta-feira (10), um pedido de recurso dos Estados Unidos para a extradição de Julian Assange, fundador do WikiLeaks.
O australiano de 50 anos enfrenta, no país americano, ao menos 18 acusações criminais, incluindo uma violação da lei de espionagem, e conspiração para invadir computadores do governo.
“O tribunal permite o recurso”, disse o juiz Timothy Holroyde.
A decisão deixa Assange um passo mais perto de ser extraditado, mas ainda existem outros obstáculos – e pode ter que ser aprovada pelo governo britânico antes da decisão final.
Os EUA vêm tentando apresentar garantias à Justiça britânica sobre o tratamento que Assange receberia caso fosse entregue ao governo americano.
A noiva de Assange disse em nota, logo após o anúncio desta sexta, que sua equipe jurídica vai recorrer “assim que possível” contra a decisão do tribunal de Londres.
Segundo o advogado que representa os EUA, Assange não será submetido a medidas especiais nem ficará detido no temido centro penitenciário de altíssima segurança ADX Florence, no Colorado.
Os americanos pedem a extradição de Julian Assange por conta de um vazamento em massa de documentos confidenciais – divulgados na plataforma WikiLeaks.
James Lewis, advogado representante do governo americano, garantiu que Assange receberá os cuidados médicos necessários e poderá solicitar cumprir sua pena na Austrália, seu país de origem.
Sete anos em embaixada
Considerado por apoiadores como uma vítima de ataques contra a liberdade de expressão, Assange passou sete anos vivendo dentro da embaixada do Equador em Londres.
Após este período, ele foi preso pelas autoridades britânicas e está há mais de dois anos em uma penitenciária de segurança máxima na Inglaterra.
Em janeiro deste ano, os EUA chegaram a ter um novo pedido de extradição negado pela justiça do Reino Unido que alegou existir um risco de Assange cometer suicídio.
O australiano, que conta com o apoio de várias organizações de defesa da liberdade de imprensa, publicou de cerca de 700.000 documentos militares e diplomáticos confidenciais.
Nos Estados Unidos, ele pode enfrentar uma pena de 175 anos de prisão.