A Justiça Federal de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 128 milhões do deputado federal Aécio Neves (PSD-MG). O juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, João Batista Gonçalves, atendeu um pedido da Polícia Federal feito em dezembro do ano passado ano âmbito da operação Ross, que apura pagamento de propina ao tucano pelo grupo J&F em troca de favorecer suas empresas se ele fosse eleito presidente da República.
A PF alega que Aécio usou os recursos ilícitos para comprar apoio de outros partidos, como o PTB. Por isso, a decisão também alcançou a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) e o ex-deputado federal Benito Gama (PTB-BA), que tiveram R$ 20 milhões bloqueados respectivamente.
O montante de R$ 128 milhões bloqueados se referem ao valor que Aécio teria recebido da J&F entre 2014 e 2016 em diversas operações ilícitas que vão de repasses a ele à Rádio Arco-Íris, de sua família, à compra de um prédio em Belo Horizonte que teria sido feita para beneficiá-lo financeiramente.
O juiz autorizou o bloqueio de 21 alvos entre pessoas físicas e jurídicas. Entre eles estão o primo de Aécio que foi flagrado pegando dinheiro em nome do então senador, e a Rádio Arco Íris, da família do tucano.
O advogado de Aécio, Alberto Toron, disse o bloqueio é “inusitado e incompreensível” e que já apresentou recurso contra ela. Torom diz que “os valores referem-se, na sua grande maioria, segundo os próprios delatores, a doações eleitorais feitas pela JBS a diversos partidos políticos em 2014”. Afirma ainda que o destino final desses recursos foram os diferentes partidos políticos da coligação do PSDB. “Nunca houve sequer uma acusação de que o deputado Aécio tenha se beneficiado pessoalmente de nenhum centavo. Registre-se que os aventados R$ 128 milhões nunca entraram, saíram ou transitaram nas contas do deputado, que, ao longo dos anos, não chegou a ter como saldo, entre conta bancária e aplicação financeira, sequer 1% de tal valor”, afirmou.