A semana começou com as taxas de juros futuras reagindo à aparente pausa no processo de reancoragem de expectativas no Boletim Focus. Após um grande movimento na semana passada, o relatório ficou praticamente estável nesta segunda-feira (10), diz Rodrigo Oliveira, do O Antagonista. Sem melhora nos números, mercado reagiu a entrevistas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado.
Haddad defendeu que é possível zerar o déficit primário no ano que vem e repetiu que a Fazenda vai encaminhar ao Congresso Nacional medidas de redução de subsídios e incentivos fiscais. Até agora, no entanto, o governo não conseguiu apresentar nada neste sentido e, recentemente, concedeu novos benefícios fiscais (temporários, é verdade) a setores como o de automóveis.
A diretora do BC se declarou parte do grupo citado na Ata do Copom como “mais cauteloso”, ou aqueles que defendem que a autoridade monetária não deveria sinalizar um corte nas taxas em agosto. Ainda de acordo com Guardado, o BC deve ficar mais dependente de novos dados sobre inflação para definir os novos passos. Os juros reagiram com uma leve alta nas taxas por toda da curva futura.
O Ibovespa fechou em queda puxado pelas empresas de consumo discricionário e pela Vale (maior contribuição negativa para o índice). O indicador encerrou as negociações em queda de 0,80%, aos 117,9 mil pontos. As maiores quedas ficaram por conta dos negócios ligados ao varejo, com Lojas Renner liderando as perdas em 6,46%.
O dólar se fortaleceu contra o real e se encaminhava para terminar a segunda-feira em alta próxima de 0,5%, a R$ 4,89. A moeda brasileira foi a pior performance entre as emergentes no dia, refletindo as quedas nas commodities e a saída de estrangeiros do mercado nacional.