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sábado 18 de março de 2023 às 14:33h

Juros elevados diminuem vendas e enfraquecem o comércio, dizem economistas

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A alta taxa de juros e o tempo de permanência em patamar elevado prejudicam o comércio ao desestimular o consumo e encarecer as operações de linha de crédito para as empresas, segundo especialistas consultados pelo canal CNN Brasil.

“Com os juros que estamos, por um longo tempo, isso tem um duplo efeito. Primeiro, o crédito para capital de giro fica mais caro para o comércio varejista. E, segundo, com este patamar da Selic, a economia desacelera. Logo, o consumo diminui e o comércio passa a vender menos”, diz Rodrigo Simões economista e professor da FAC-SP.

A taxa de juros no início de 2022 era de 9,15% e encerrou o ano no patamar atual de 13,75% ao ano.

Segundo Simões, o setor, principalmente o comércio varejista, depende em grande medida do crédito para girar o caixa, uma vez que as margens de lucro são baixas. Trata-se, na avaliação dele, de operações que mantém muitas empresas vivas no dia a dia.

O especialista explica que a queda do consumo aliada às projeções de desaquecimento da economia faz com o crédito fique ainda mais caro.

Além do impacto no crédito para as empresas, os consumidores também realizam menos empréstimos e financiamentos, opções frequentemente utilizadas para a compra de bens como eletrônicos e eletrodomésticos.

A avaliação é de que além da dificuldade para conseguir crédito, existe muita inadimplência no Brasil atualmente. Logo, segundo os economistas, os consumidores optam por pagar as dívidas em vez de utilizar o dinheiro no consumo de bens.

“A atividade econômica vem esfriando. Os juros altos prejudicam vários aspectos para o comércio. Os bens ficam um pouco mais caros, e a maior parte destes é consumida com crédito, parcelamento, financiado no cartão. O nível de inadimplência da população também é prejudicial”, diz o economista Denis Medina.

Estudo da Serasa Experian mostra que em cinco anos, o número de brasileiros inadimplentes passou de 59,3 milhões para 70,1 milhões, um recorde na série histórica.

O valor das dívidas também cresceu. Em média, cada inadimplente deve R$ 4.612,30. Em janeiro de 2018, era R$ 3.926,40, um crescimento de 19% no período.

Economia dá sinais de desaceleração

Ainda que tenha crescido 2,9% em 2022, a economia brasileira demonstrou, no quarto trimestre, sinais de desaceleração ao recuar de 0,2% em comparação com o período imediatamente anterior.

“Se olharmos apenas os juros, isoladamente, ele é um vilão. Mas ele está alto para a combater a inflação que ainda é persistente. Temos visto perspectivas de aumento da inflação ao longo desse ano”, diz Medina.

Na próxima quarta-feira (22), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), se reúne para decidir sobre a taxa Selic. A expectativa para a reunião é alta por parte dos setores econômico e político.

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