A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu investigar a conduta da juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Ludmila Lins Grilo. A informação foi divulgada nesta última quarta-feira (21) pelo g1.
Grilo vai ser investigada por participação em evento com suposta “conotação política”, criticar ministros do STF e divulgação do canal do jornalista Allan dos Santos na internet.
Com a decisão, a juíza terá 5 dias para apresentar defesa. Em seguida, caberá ao conselho analisar se cabe punição contra Ludmila Lins Grilo.
Ainda na decisão, o CNJ também enviou a decisão para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, uma vez que Allan dos Santos é investigado no inquérito das fake news, relatado por Moraes.
O CNJ proíbe manifestações como a da juíza no período eleitoral. É proibido também ao magistrado associar sua imagem profissional a pessoas ou canais que colaborem com a deterioração do sistema judiciário eleitoral.
De acordo com a decisão do CNJ de abrir a investigação, a juíza publicou supostos “ataques” nas redes sociais “com o propósito, entre outros, de externar juízo depreciativo sobre decisões proferidas por órgãos de cúpula do Poder Judiciário”, postura que “em princípio, pode ter violado deveres funcionais inerentes à magistratura”.
Segundo a decisão do CNJ, apesar disso, Ludmila divulgou canal de Allan dos Santos após a decisão do STF que determinou o bloqueio das contas dele nas redes sociais.
O corregedor do CNJ, Luís Felipe Salomão, disse que, “além de aparentar desrespeito à ordem do Supremo, pode configurar até mesmo crimes tipificados no Código Penal”.
De acordo com o CNJ, a conduta de Ludmila “pode, em princípio, ser violadora de deveres funcionais inerentes à magistratura, notadamente o de manter conduta irrepreensível na vida pública e particular”.
Ludmila também é acusada de participação em congresso com conotação aparentemente política em setembro do ano passado.