O Tribunal RegionalFederal da 4ª Região (TRF-4) confirmou nesta segunda-feira (19) a saída da juíza Gabriela Hardt da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos da Operação Lava-Jato. A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo.
O juiz federal Fábio Nunes de Martino, da 1ªVara Federal de Ponta Grossa, vai ocupar o posto de titular da Vara de Hardt, enquanto a vaga de juiz substituto será de Murilo Scremin Czezacki, da 2ª Vara Federal de Cascavel. Na prática, há uma nova formatação da vara. Depois da saída de Sergio Moro em 2018 para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro, apenas dois magistrados ocuparam a vaga.
Martino assume agora todos os processos que foram abertos e conduzidos por Moro. Hardt assumirá o lugar da juíza Graziela Soares na 3ª Turma Recursal do Paraná. Soares foi convocada para atuar como auxiliar da Corregedoria Regional da 4ª Região.
A magistrada havia pedido remoção da jurisdição em maio deste ano, mas teve a solicitação negada dias atrás. Hardt, que era originalmente substituta da Vara, estava no posto desde 23 de maio, após o titular Eduardo Appio ter entrado de férias e posteriormente ser afastado.
Na ocasião, Hardt tentou transferência para a Vara de Florianópolis, em Santa Catarina, mas um juiz com mais tempo de magistratura já tinha feito o mesmo pedido e foi escolhido para o posto, segundo a GloboNews.
Appio foi afastado de suas funções a partir de decisão em cima de representação protocolada pelo desembargador do TRF-4 Marcelo Malucelli. De acordo com o magistrado, ele teria efetuado uma ligação ao seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, sócio de Sergio Moro e de sua mulher, a deputada federal Rosangela Moro (União-SP), em um escritório de advocacia.
O interlocutor, que supostamente seria Appio, teria telefonado por número bloqueado e se apresentado como Fernando Gonçalves Pinheiro. De acordo com a colunista Bela Megale, o laudo apresentado pela PF atesta que “a partir da comparação da voz do interlocutor da ligação suspeita com a voz do juiz federal Eduardo Fernando Appio” se corrobora “fortemente a hipótese” de que se trate do próprio magistrado.