A juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), afirmou ser preciso agir com “coragem e firmeza” ao decretar, nesta segunda-feira (23), a prisão preventiva do cantor sertanejo Gusttavo Lima, um dos alvos de operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas e influenciadores.
“É imperioso reconhecer que o jogo do bicho, assim como outros jogos de azar, tem um efeito devastador sobre famílias, atingindo de forma mais cruel a classe trabalhadora, que se vê presa em ciclos de endividamento e desespero”, escreve a magistrada.
Justiça tira passaporte e porte de arma de Gusttavo Lima
Além de decretar a prisão preventiva de Gusttavo Lima, a juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, também suspendeu o passaporte e os registros de posse e o porte de arma de fogo do cantor sertanejo.
A magistrada do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou, ainda, o sequestro cautelar de todos os imóveis de Gusttavo Lima – o que impede o artista de vendê-los – e o bloqueio, por 60 dias, de 2 milhões de reais das contas bancárias do cantor e mais 1.350.000,00 reais de sua empresa GSA Empreendimentos e Participações Ltda.
Na representação da Polícia Civil que embasou a decisão, os investigadores decidiram indiciar Gusttavo Lima por lavagem de dinheiro associada ao jogo do bicho e a jogos de azar, como apostas esportivas e cassinos online.
“O Poder Judiciário não se submete aos clamores populares nem se norteia pela opinião pública, pois sua função é aplicar a lei com imparcialidade e justiça. Não pode, tampouco, ser influenciado pelo poder econômico ou pelo status social dos investigados. A justiça deve ser cega a esses fatores, tratando todos, independentemente de sua posição, com a mesma equidade e rigor”, escreve a juíza Andrea Calado da Cruz.
Saiba quem são os foragidos que levaram Gusttavo Lima à prisão
Gusttavo Lima teve a prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (23/9) em operação que investiga lavagem de dinheiro e envolvimento com jogos ilegais. No momento em que a operação explodiu, no início de setembro, levando Deolane Bezerra e sua mãe, Solange, à prisão, o cantor estava com dois foragidos da Justiça.
O mandado de prisão foi emitido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, e foi motivado porque os donos da Vai de Bet, José André Rocha, e sua esposa, Aislla Sabrina Rocha, viajaram no jatinho do cantor para a Grécia e não retornaram ao Brasil quando o pedido de prisão foi expedido. O casal é considerado foragido.