O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, suspendeu nesta última segunda-feira (18) ao colunista Lauro Jardim, a tramitação dos processos ligados à Operação “Câmbio, Desligo”, desdobramento da Lava-Jato fluminense deflagrado em maio de 2018.
Os casos envolvem acusações de evasão de divisas e de lavagem de dinheiro no Brasil, no Paraguai e no Uruguai. O principal alvo, à época, foi Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, preso um ano depois.
A decisão de Bretas foi proferida na sexta-feira, respondendo a um recurdo impetrado peloescritório Bottini e Tamasauskas, e vai valer por dois meses. O magistrado paralisou a tramitação de todas as ações originadas da operação porque o STJ analisa um habeas corpus que pode alterar a competência delas.
O recurso foi movido pelo doleiro Richard Andrew de Mol Van Otterloo, conhecido como “Xou”, e aguarda decisão desde o último dia 13. O relator é Olindo Menezes, desembargador do TRF-1 convocado ao STJ.
A “Câmbio, Desligo” foi uma das maiores movimentações da Lava-Jato do Rio em termos de prisões (33 de uma vez só) e transações financeiras analisadas (R$ 1,6 bi movimentados em 52 países).
A denúncia do MPF somou quase 900 páginas e serviu como base para a negociação de delações como a de Messer e de outros doleiros. Esses depoimentos estão em xeque em meio à suspensão determinada por Bretas e o recurso no STJ.