Alvo de críticas por suposto comportamento incompatível com o posto que ocupa no Judiciário, Marcelo Bretas decidiu divulgar uma nota para falar de sua presença na agenda de Jair Bolsonaro no último dia 15.
No texto, o magistrado que comanda a Lava-Jato no Rio diz que acompanhou Bolsonaro em dois compromissos a convite do Planalto, que o fez por considerar as relações institucionais de membros do Judiciário e do Poder Executivo e que não tratou de assuntos políticos na ocasião.
“Em nenhum momento cogitou-se tratar de eventos político-partidários, mas apenas de solenidades de caráter técnico e religioso. Vale notar que a participação de autoridades do Poder Judiciário em eventos de igual natureza dos demais Poderes da República é muito comum, e expressa a harmonia entre esses, sem prejuízo da independência recíproca”, registra Bretas.
O juiz diz que foi orientado pelo cerimonial do Planalto a acompanhar a comitiva de Bolsonaro desde o aeroporto.
”Na tarde do último dia 15 de fevereiro, recebi do senhor presidente da República o honroso convite para acompanhá-lo em sua agenda oficial no Rio de Janeiro. Convite aceito, por orientação do Cerimonial, dirigi-me à Base Aérea do Santos Dumond para recepcionar o representante do Estado brasileiro e integrar a comitiva presidencial a partir de então. Acompanhando o presidente participei de solenidade de inauguração de obra na Ponte Rio-Niterói e, ato seguinte, de Culto evangélico comemorativo dos 40 anos da Igreja Evangélica Internacional da Graça de Deus, na Praia de Botafogo. Esclareço que não fui informado de quantas e quais pessoas participariam das referidas solenidades (políticos, empresários etc), bem como que realizei todos os deslocamentos apenas na companhia do presidente da República”, diz Bretas.
“Por fim, esclareço que desde sempre professo a Fé Cristã Evangélica, e fui muito bem recebido pelo Pastor RR Soares, responsável pelo evento, com quem orei e entoei louvores ao nosso Deus”, complementa o juiz.