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quinta-feira 2 de abril de 2020 às 07:56h

Jornal diz que existem muito mais infectados nos Estados e municípios do que os divulgados

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Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, equipes de atenção básica em várias cidades e estados do Brasil afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos de infecção pela Covid-19 tem sido gigantesca.

De acordo com a reportagem, isso vem ocorrendo mesmo depois de o ministro Luiz Henrique Mandetta ter solicitado, em 20 de março, que todos os casos suspeitos, independentemente da gravidade, fossem notificados por estados e municípios.

Nesse cenário, em que o avanço da epidemia pode ser muito maior do que se tem registro, muitos hospitais do país esperam que dentro poucas semanas comecem a faltar vagas em UTis (unidades de tratamento intensivo)

Em alguns estados e municípios, chega-se a 1 caso informado para cada 30 ou mais episódios em que pacientes podem estar doentes sem que as ocorrências sejam reportadas em nível federal.

Ainda segundo a Folha, a falta de kits para testes e a inexistência de uma portaria específica do Ministério da Saúde para determinar quais casos devam ser considerados confirmados ou suspeitos têm feito com que muitos doentes não entrem nas estatísticas, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que representa 6.000 médicos atuando em 47,7 mil equipes de atenção básica em todo o Brasil.

Na ausência de uma portaria específica do ministério, diz a reportagem, os médicos que reportam os casos têm se guiado por notas técnicas da vigilância epidemiológica de seus municípios ou estados, que diferem umas das outras —impedindo que haja dados nacionais homogêneos.

Procurado formalmente pela reportagem pela Folha, o Ministério da Saúde não respondeu ao pedido de entrevista nem às perguntas enviadas por email.

Conforme o jornal paulista, um assessor de comunicação disse que a pasta tem passado orientações o tempo todo para estados e municípios e que eles têm autonomia para tomar decisões dependendo da situação epidemiológica em que se encontram.

Ele teria afirmado também que as orientações têm mudado com a dinâmica da epidemia. Mas não houve resposta sobre se pasta determinará ou não, por meio de portaria, a padronização geral para a comunicação de casos suspeitos.

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