Vários jornais iranianos linha-dura elogiaram neste sábado a pessoa que atacou e feriu gravemente o escritor Salman Rushdie, cujo romance “Os Versos Satânicos” tem atraído ameaças de morte pelo Irã desde 1989.
Ainda não há uma reação oficial do Irã ao ataque a Rushdie, que foi esfaqueado no pescoço e no torso em palco durante uma palestra no Estado norte-americano de Nova York, na sexta-feira.
Contudo, o jornal linha-dura Kayhan, cujo editor-chefe é escolhido pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei, escreveu:
“Mil bravos … à pessoa zelosa e corajosa que atacou o maligno e apóstata Salman Rushdie em Nova York”, acrescentando: “A mão do homem que rasgou o pescoço do inimigo de Deus deve ser beijada.”
O líder da revolução islâmica de 1979 no Irã, o falecido aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu em 1989 uma fatwa, ou edito religioso, que pedia aos muçulmanos de todo o mundo que matassem Rushdie, escritor nascido na Índia, depois que seu livro foi condenado como blasfêmia, forçando-o a passar anos escondido.
O site de notícias Asr Iran publicou neste sábado uma citação muito conhecida de Khamenei, que dizia que a “flecha” disparada por Khomeini “um dia atingirá o alvo”.
A 15ª Fundação Khordad, uma abastada organização religiosa iraniana, subiu a recompensa pela cabeça de Rushdie para 2,5 milhões de dólares em 1997, oito anos após ter oferecido uma recompensa pela primeira vez. A fundação aumentou o valor para 3,3 milhões de dólares em 2012.