A indicação do secretário-geral da Presidência Jorge Oliveira ao STF (Supremo Tribunal Federal) já era considerada líquida e certa na corte e também entre líderes do Congresso antes que Jair Bolsonaro comunicasse a sua intenção de escolher o desembargador Kássio Nunes Marques para o tribunal.
Magistrados e parlamentares já sinalizavam ao Palácio do Planalto segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha que, diante do inevitável, ela seria bem aceita. Até que veio a bomba da indicação de Marques.
A atitude de Bolsonaro, de preterir seu auxiliar mais próximo, passou a ser creditada ao próprio Oliveira: ele teria insistido que não queria ir para o tribunal neste mandato —mas apenas, eventualmente, a partir de 2023, caso Bolsonaro fosse reeleito.
Interlocutores de Oliveira perceberam, no entanto, que ele ficou abatido com a possibilidade de outro ser indicado em seu lugar.
Setores do Palácio do Planalto passaram a alimentar o rumor de que uma terceira vaga poderia ser aberta no STF ainda no primeiro mandato de Jair Bolsonaro —além de Celso de Mello, também Marco Aurélio Mello se aposentará, em 2021.
A ideia seria oferecer a algum ministro um cargo no exterior, em troca de uma aposentadoria precoce e da abertura da terceira vaga. Com isso, Bolsonaro poderia atender aos vários lobbies em torno de candidatos ao STF.
A ideia, no entanto, não tem chance de vingar.