Em 2018, a jornalista Joice Hasselmann se consagrou como a mulher mais votada para a Câmara dos Deputados na história do País, com 1.078.666 votos. Seis anos depois, a trajetória política dela segue ladeira abaixo: candidata a vereadora pelo Podemos em São Paulo este ano, Hasselmann fez apenas 1.669 votos, menos de 13% dos 13.679 sufrágios que conseguiu em 2022, quando concorreu novamente ao cargo de deputado federal.
Em 2018, Hasselmann se destacou como uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro, então no PSL, nas redes sociais. Em abril daquele ano, ela chegou a anunciar a candidatura ao Senado – depois, voltou atrás e acabou se candidatando à Câmara dos Deputados como representante do bolsonarismo. No começo da gestão do capitão reformado do Exército, ela chegou a ser escolhida como líder do governo no Congresso, responsável por representar o Planalto nas votações conjuntas de deputados e senadores.
A ruptura com Bolsonaro veio já em 2019. Na época, o filho do ex-presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), chegou a difundir memes comparando Joice a uma porca de desenho animado, a personagem Peppa Pig. Em outubro daquele ano, Bolsonaro consolidou o rompimento ao substituir Hasselmann na função de líder do governo pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
“Acabei de exercer o meu dever cívico, na festa da democracia. Até me perguntaram por que eu estava tão arrumada (…). É porque é uma festa, né gente? Então tem que vir a caráter”, disse Hasselmann no Instagram, depois de votar no fim da tarde de hoje, em São Paulo. As propostas da candidata para a vereança incluíam a criação do “Banco da Mulher”, com crédito e capacitação para mulheres empreendedoras; e o Favela Tech, com “bolsões de tecnologia montados nas comunidades”. Também havia a proposta de “saúde integral” para as crianças.