De acordo com fontes do #Acesse Política, o vice-governador e secretário estadual de Planejamento, João Leão (PP), esteve neste último domingo (30) reunido com dois grandes empresários nacionais do setor de Petróleo e Gás. Leão teria se aprofundado ainda mais na situação sobre o combustível brasileiro, que não pode continuar subordinado a preços internacional. No Brasil, a cotação do barril do Brent está cotado nesta segunda-feira (3) em quase U$S 90, ou R$ 483 o barril. Com isso, o país que é autossuficiente em petróleo há mais de 15 anos, o que significa dizer que a produção do recurso supera o consumo, não precisaria fazer. Mas conforme apuramos, o petróleo brasileiro é difícil de refinar. Por dia, o país fabrica 3 milhões de barris, mas compra do exterior 170 mil barris diariamente em derivados do petróleo.
O #Acesse Política entrou em contato com o João Leão, que confirmou a reunião com grandes empresários do setor de petróleo, mas preferiu manter em sigilo os nomes. Leão disse que a Petrobras não deveria se preocupar com acionista de Nova York, mas se preocupar com o acionista maior, o povo brasileiro, com o cara que compra um carrinho velho a prestação e depois vai no posto e não consegue colocar gasolina. Em 2015, como governador em exercício, Leão sancionou a Lei que obriga postos da Bahia a informar qual combustível mais vantajoso para consumidor.
“Este ano me parece que devem investir 65 bilhões de dólares para pagar acionista, por que não se investe em benefício do povo brasileiro? Por que ao invés de pagar dividendos para os acionistas, o ministro Paulo Guedes (Economia) não tenta limitar o corte de tributos e desonerar não apenas o diesel, mas também o gás e demais combustíveis. O povo não aguenta mais, a inflação está muito alta”, disse Leão.
Importação de petróleo e dólar influenciam preços
A importação de derivados de petróleo também influencia no preço dos combustíveis. Para atender a demanda por diesel, por exemplo, é preciso importar.
Mas não só isso afeta o valor cobrado nas bombas dos postos. O preço do barril do petróleo e a cotação do dólar são os dois principais itens que fazem oscilar os valores.
O preço do barril está próximo aos valores de dezembro de 2019, antes do início da pandemia, em dois mercados diferentes de petróleo (o norte-americano e o britânico).
Por outro lado, o dólar não seguiu a mesma tendência. Em dezembro de 2019 estava na casa dos R$ 4 e nesta semana passou de R$ 5,65. Porém, o barril é negociado em dólar, o que impacta os preços.
Leão disse ainda com exclusividade que vai se reunir nesta terça-feira (1º) com Rodolfo Saboia, Diretor-Geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e pretende focar no ponto principal da proposta, que é promover a redução dos tributos federais e evitar ruídos na política. O vice-governador disse que recebe diariamente reclamações de empresários sobre a alta dos combustíveis da Petrobras, que vem gerando inflação e desemprego não só na Bahia, mas em todo o Brasil.