O deputado federal pela Bahia, João Leão (PP) visa criar o Batalhão Hidroviário do Exército, incluindo a dragagem e recuperação de margens de rios, em todo território nacional.
A proposta, que foi aprovada na última quarta-feira (27) pelos lideres da Câmara dos Deputados, estaria em tramitação. O projeto tem como base o modelo adotado tanto pelos Estados Unidos quanto pela China, as duas maiores potências do mundo.
Nos EUA, a manutenção e gestão das hidrovias que existem há quase 200 anos, utiliza o Corpo de Engenharia do Exército Norte Americano como braço operacional para cuidar dos rios navegáveis, como exemplo no Brasil do Rio São Francisco, o maior do nordeste.
Em Xangai, capital econômica da China, a cidade possui o maior complexo portuário do mundo, que movimenta mais de 700 milhões de toneladas todos os anos, essa imensa quantidade de mercadorias chegam de diversas cidades do interior da China através de barcaças e/ou comboios que navegam pelo rio Yangtzé. Ou seja, os dois maiores países economicamente do mundo utilizam o transporte hidroviário para se desenvolverem.
Transporte hidroviário
O sistema hidroviário de transportes se baseia nas vias navegáveis internas (lagos e rios) para movimentar cargas entre seus terminais logísticos – portos lacustres e fluviais.
Esse modal é indicado para transportes de cargas pesadas em longas distâncias devido à alta capacidade de transporte e aos representativos custos fixos e menores custos variáveis de sua operação.
A utilização do modal hidroviário, integrado a modais complementares (como o rodoviário), permite importantes economias no custo e na pegada de carbono da atividade logística.
Ligação do deputado com o Rio Francisco é reconhecida no exterior
Durante audiência no ano de 2021 na Embaixada do Brasil na França, quando era vice-governador da Bahia, o deputado federal João Leão (PP), que comandava na França uma comitiva do Governo baiano em missão na Europa, descobriu um “conterrâneo”. É que logo na chegada na reunião, o então embaixador Luís Fernando Serra recepcionou João Leão com uma revelação: um tetra avô dele teria saído da região da Normandia, na França, rumo à Barra, Oeste da Bahia, navegando pelas barrancas do São Francisco e foi um dos barões do município.
Mais que gentileza, a narrativa histórica é real, assegurou o embaixador. O antepassado do diplomata viveu na Barra, região do Médio São Francisco baiano, onde deixou descendência. “Eu conheço as histórias do vapor Benjamin Guimarães, mesma embarcação que seu pai chegou contigo à Barra em 1950”, disse Serra à Leão na época.
“Que coisa maravilhosa, jamais imaginei encontrar um conterrâneo do São Francisco em Paris. Que histórias maravilhosa”, brincou Leão. Ainda no encontro, o então embaixador do Brasil na França, assumiu o compromisso de de sempre buscar prospectar investidores franceses interessados em aportar recursos na Bahia e organizar missões empresariais.
Barco a vapor Benjamim Guimarães é turismo
Benjamim Guimarães é um barco a vapor construído em 1913, nos Estados Unidos, pelo estaleiro James Rees & Com. O Benjamim Guimarães navegou no Rio Mississipi e, posteriormente, em rios da Bacia Amazônica. Na segunda metade da década de 1920, a firma Júlio Guimarães adquiriu a embarcação e a montou no porto de Pirapora, recebendo o nome de “Benjamim Guimarães”, uma homenagem ao patriarca da família proprietária da firma. A partir de então, o vapor passou a realizar contínuas viagens ao longo do Rio São Francisco e em alguns dos seus afluentes.
É o último exemplar de seu tipo movido a lenha no mundo.
A manutenção de navegabilidade desses rios, como exemplo do Rio São Francisco, pode atrair também o chamado turismo náutico, com viajantes nacionais e estrangeiros.