Em entrevista à rádio Piatã, candidato a governador ainda criticou gestão do petista na Educação, que deixou o estado em penúltima posição na Prova Brasil
O candidato a governador ACM Neto (União Brasil) afirmou nesta quarta-feira (5) que, no segundo turno, os baianos terão a oportunidade de comparar ainda mais as realizações de cada um que segue na disputa e o que o seu adversário, Jerônimo Rodrigues (PT), não poderá continuar se escondendo, como fez ao longo de toda a campanha. Em sua primeira entrevista nesta nova etapa, Neto reiterou as críticas à gestão do ex-secretário da Educação da Bahia, quando o estado chegou ao posto de pior qualidade de ensino de todo o país.
“Muitos baianos não sabem e, infelizmente, votaram nele sem saber que ele foi o secretário de Educação do estado da Bahia. E que o resultado do trabalho dele é que a Bahia tem a segunda pior nota de todo o país na Prova Brasil. Nós só estamos à frente do Maranhão. A Prova Brasil mede a aprendizagem dos nossos alunos em português e matemática e nós temos a segunda pior nota do país. Isso é uma vergonha. Essa turma que está aí há 16 anos teve muitas oportunidades de investir na educação, de cuidar dos nossos jovens, e está aí o resultado. Quem foi o secretário responsável por isso? Jerônimo Rodrigues”, disse em entrevista à Rádio Piatã FM.
ACM Neto pediu a reflexão dos baianos: “Ele foi testado e reprovado, essa é a verdade. O trabalho que ele fez, o resultado foi deixar a Bahia em penúltimo lugar no Brasil. Será que é isso que nós queremos para um governador? Será que é esse tipo de candidato, com esse histórico, com esse perfil, que nós queremos para cuidar de toda a Bahia, de todos os problemas do nosso estado? Eu tenho certeza que não”, completou.
O ex-prefeito de Salvador, eleito oito vezes como melhor gestor municipal do Brasil, lembrou que o seu adversário passou o primeiro turno inteiro se escondendo, ao ponto de a Justiça Eleitoral ter que obrigá-lo a aparecer na sua própria propaganda eleitoral. Além disso, o candidato governista teve a oportunidade de confrontar diretamente com ACM Neto no último debate na TV antes da eleição, mas, no entanto, fez um jogo combinado com outros postulantes e correu do enfrentamento direto, algo que não será possível neste segundo turno, para o bem do eleitor baiano.
“Vamos ter a oportunidade de fazer um debate frente a frente com o candidato Jerônimo Rodrigues, o que não foi possível no primeiro turno. No debate feito na terça-feira anterior à eleição, ele realizou um jogo combinado com outros candidatos contra mim. Agora, não. No cara a cara, eu não tenho dúvidas de que o eleitor, que o cidadão baiano, terá a oportunidade de comparar a história, a trajetória, o trabalho e o preparo de cada um. Mesmo as pessoas que votaram em Jerônimo no primeiro turno serão convencidas a mudar de voto. A gente vai mostrar que temos uma candidatura mais preparada, que reunimos as melhores condições para ser o próximo governador da Bahia. Não tenho dúvidas de que as pessoas vão refletir e escolher pelo melhor”, afirmou Neto na entrevista.
Propostas para a educação
ACM Neto reafirmou que, no seu Plano de Governo, traz uma série de propostas para tirar a Bahia do atraso deixado na educação após 16 anos. A estratégia apresenta duas frentes de atuação: para a Primeira Infância e Ensino Fundamental I, dar suporte pedagógico aos municípios e ajudá-los na qualificação dos professores. E, para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio, que são responsabilidade direta do governo estadual, entregar mais tecnologia, trazendo a Bahia para a educação 5.0, e focar, ao mesmo tempo, na qualificação profissional dos alunos.
“Vamos chegar junto dos municípios com apoio técnico, dando suporte para a qualificação dos professores, ajudando na avaliação dos alunos e participando da organização do sistema pedagógico das redes municipais. Além de tudo isso, nós pretendemos instituir um prêmio, garantindo maior retorno financeiro aos municípios que mais avançarem na educação. Ou seja, o governo do estado vai dar mais dinheiro para as prefeituras que mais avançarem na qualidade da educação, como uma forma de estimular os prefeitos a cumprirem esse papel”, afirmou sobre a Primeira Infância e Ensino Fundamental I.
O candidato disse que, para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio, vai acabar com a aprovação automática, prática que piorou na rede estadual após a pandemia. “Simplesmente o governo chega lá e carimba no boletim do aluno: aprovado. Quando chega no fim do ano, o aluno não aprendeu nada. Quando conclui o Ensino Médio, o jovem não está preparado para passar no Enem e assim conseguir vaga numa universidade pública. Ou então ele não está apto a disputar um lugar no mercado de trabalho, porque não tem qualificação profissional. Então a educação não pode ser um faz de conta. O professor vai estar no centro dessa mudança, vamos trabalhar ao lado deles e focados na valorização do professor”, afirmou.