A JBS – empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista – anunciou a doação de R$ 700 milhões para medidas de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Deste montante, R$ 400 milhões serão distribuídos para ações no Brasil.
De acordo com comunicado, o dinheiro servirá para três frentes no País: saúde pública, ação social e apoio à ciência. A expectativa é de que 162 municípios e 17 Unidades da Federação serão beneficiados, com estimativa de 60 milhões de pessoas atendidas pela doação. Parte dos recursos também irá para organizações sem fins lucrativos e entidades de pesquisa.
Os valores serão divididos da seguinte forma:
– R$ 330 milhões serão destinados à construção de hospitais, ampliação de leitos, compra de testes, medicamentos, equipamentos médicos e insumos de higiene, além de doação de alimentos;
– R$ 50 milhões para entidades de pesquisa e tecnologia com foco em estudos na área de saúde;
– R$ 20 milhões para 50 organizações sociais sem fins lucrativos que atendem comunidades vulneráveis.
De acordo com Wesley Batista, presidente da JBS na América do Sul e presidente da Seara, a empresa tem “história de compromisso com o Brasil”. “Seguimos inteiramente dedicados ao país e aos brasileiros no enfrentamento dessa pandemia e trataremos o assunto com a urgência e a velocidade que o momento pede.”
No exterior, a JBS destinará R$ 300 milhões – a maior parte para os Estados Unidos – para comunidades locais. A doação deverá ser destinada à assistência alimentar e ao fornecimento de equipamento de proteção individual para socorristas, entre outros itens necessários durante a pandemia.
Acordo de leniência
Em abril, a J&F – holding que controla a JBS – chegou a um acordo com o Ministério Público Federal para a destinação de parte de seu acordo bilionário de leniência para o combate ao coronavírus. Na ocasião, o Grupo aceitou pagar imediatamente R$ 25,7 milhões à Fundação Oswaldo Cruz.
Segundo decisão do juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Oliveira, o dinheiro seria usado na compra de testes sorológicos para covid-19.
Originalmente, pelo acordo de leniência, fechado inicialmente em 2017, a maior parte da verba seria destinada a cobrir prejuízos causados nos fundos de pensão, no FGTS, na Caixa Econômica Federal, no BNDES e à União. Uma parte ainda será preservada para reparar o rombo no Petros e na Funcef. O valor total do termo é de R$ 11,4 bilhões – um recorde para a Operação Lava Jato.
A negociação pôs fim às investigações da Polícia Federal e do MPF contra as empresas do grupo J&F nas operações Greenfield, Sepsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca.