A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, vai ganhar uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto, perto do gabinete do marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou a coluna de Malu Gaspar, no O Globo, dois interlocutores do petista.
A sala de Janja deve ficar próxima ao gabinete de Lula, voltada para a Praça dos Três Poderes.
A destinação de uma sala para Janja atende a um desejo que ela própria tinha expressado após o resultado da eleição, em entrevista Fantástico veiculada em novembro.
– A gente vai estar junto. Vou estar do lado dele, boa parte do tempo, contribuindo no que eu puder contribuir. Obviamente, primeira-dama não tem uma função, mas eu posso ter algumas responsabilidades, acrescentou.
O governo repete dessa forma o gesto de Lula nos seus dois primeiros governos, quando também foi reservada uma sala de 50 metros para a então primeira-dama, Marisa Letícia. Ela costumava ir ao espaço com frequência, sem horários certos.
Um interlocutor da primeira-dama afirmou à equipe da coluna de Malu Gaspar, que, mesmo sem tarefa específica, Janja deve acompanhar assuntos que considera prioritários, como políticas para a cultura e para as mulheres.
Na transição, ela coordenou os preparativos da posse de Lula e já avisou que pretende ter um papel ativo nas atividades do governo.
Aliados de Lula dão como certo que o maior protagonismo de Janja tem o potencial de provocar atritos e desgastes entre auxiliares do governo, travando discussões ou remodelando iniciativas para atender a pedidos da primeira-dama.
Nas reuniões com o grupo de trabalho sobre políticas para mulheres, a socióloga prometeu empenho para ajudar a reavivar programas que, segundo o PT, sofreram desmonte no governo Jair Bolsonaro – como o Ligue 180 e a Casa da Mulher Brasileira.
“As mulheres deram a eleição ao presidente Lula e ele sabe disso”, disse Janja durante uma reunião do grupo de trabalho sobre mulheres, em novembro, referindo-se à vantagem do marido sobre Jair Bolsonaro no eleitorado feminino.