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O ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva - Foto: Reprodução
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sexta-feira 14 de outubro de 2022 às 06:01h

Jamais deixarei um companheiro no caminho, diz Lula ao lado de governador afastado de Alagoas

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Candidato do PT à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (13) o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), afastado do cargo pela Justiça, e disse que “jamais” deixará um “companheiro no meio do caminho”. Ao lado de Dantas, Lula afirmou que a decisão judicial contra o o governador foi precipitada e comparou o caso com sua própria condenação na Operação Lava-Jato, que o levou à prisão por 580 dias.

Governador Paulo Dantas discursa ao lado de Lula — Foto: Foto: Reprodução/Facebook

O ex-presidente fez um ato de campanha em Maceió nesta quinta-feira, ao lado de Dantas e dos senadores Renan Calheiros (MDB) e Renan Filho (MDB). Minutos depois do término de um comício da campanha presidencial do petista, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) referendou a decisão que afastou o governador de Alagoas do cargo até 31 de dezembro. Na terça-feira, Dantas foi alvo de uma operação da Polícia Federal e é investigado por um suposto esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Alagoas, quando era deputado estadual.

O governador é candidato à reeleição contra o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No primeiro turno, Dantas terminou com 46,6% dos votos válidos ante 26,7% do adversário.

Lula disse a Dantas que sabe o que o aliado está passando e prestou solidariedade. “Não sou advogado, não quero me meter. Mas na minha opinião todo mundo é inocente até que provem o contrário”, afirmou o petista. “Essa condenação precipitada sua me cheira a minha condenação. Por que é que eu fui condenado? Exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018”, disse, lembrando de sua própria prisão, em abril de 2018.

Sem citar diretamente o presidente da Câmara, que apoia o adversário de Dantas na disputa estadual, Lula reforçou que há interesses da oposição por trás da condenação, a duas semanas do segundo turno.

“Por isso eu fiz questão de vir aqui. Tinha pessoas que diziam ‘ô, Lula, não vai para Alagoas, não’ porque o candidato lá está sub judice e ele foi condenado’. Mas eu quero dizer para vocês. Eu jamais deixarei um companheiro no meio do caminho”, disse o petista em cima de um trio elétrico, no comício em Maceió. “Eu tomei a decisão de vir para mostrar a minha solidariedade, a minha confiança e que você seja julgado, seja investigado decentemente. Depois que você for julgado e tiverem provas contra você, podem te condenar. Mas condenar você para não ser candidato é um erro que já cometeram comigo”, afirmou, em discurso transmitido pela internet.

O petista pediu ainda voto para Dantas para fazer “barba e cabelo” em Alagoas. Lula venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Estado no primeiro turno, por 56,5% a 36,05%. Maceió, no entanto, foi a única capital do Nordeste em que Bolsonaro venceu no primeiro turno: o presidente teve 49,59% e o petista, 40,43%.

No palanque, Lula atacou o presidente Bolsonaro e afirmou que, se eleito, vai defender a prisão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL), eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro. O ex-presidente elogiou a atuação do senador Renan Calheiros na CPI da Covid, como relator, e disse que o relatório produzido por Renan é “uma obra prima”, que “vai ficar para a história do Brasil”.

“E é através desse relatório que a gente vai colocar o Pazuello na cadeia. É através daquele relatório e da quebra de sigilo de cem anos de Bolsonaro que a gente vai ver quem é honesto nesse país”, afirmou o petista, sob aplausos. Lula atacou ainda a Operação Lava-Jato, que, em sua avaliação, tentou “destruir a Petrobras” e favoreceu “a sandice de alguns canalhas nesse país”.

No discurso, o ex-presidente voltou a afirmar que, se eleito, não vai privatizar a Petrobras, os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa, nem o Banco do Nordeste (BNB). E lembrou ainda uma declaração recente do presidente sobre os nordestinos, ao vincular o voto em Lula no Nordeste ao analfabetismo da região.

Paulo Dantas defendeu-se das acusações e disse que é “ficha limpa. “Não devo nada a Justiça”, afirmou. Em seguida, criticou seus adversários políticos e vinculou a condenação a interesses eleitorais. “Rodrigo Cunha, Arthur Lira, vocês não são soberanos. Quem vai escolher o governador de Alagoas é o povo de Alagoas”, disse. O governador afastado afirmou ainda que vai trabalhar para ampliar a diferença em favor de Lula no Estado.

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