O Ministério das Relações Exteriores removeu do cargo o embaixador do Brasil em Israel, Gerson Menandro Garcia de Freitas. O novo chefe da embaixada em Tel Aviv ainda não foi divulgado.
Gerson Freitas é general do Exército, e não diplomata de carreira. Com isso, ao deixar a embaixada, deve também ser dispensado do Itamaraty no retorno. A remoção para o Brasil é assinada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Antes de assumir a embaixada, Freitas foi comandante militar do Planalto e comandante militar do Oeste do Exército. Também ocupou cargo na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
O militar foi indicado para a embaixada em Tel Aviv durante a gestão de Jair Bolsonaro, quando o Itamaraty era comandado por Ernesto Araújo.
Relação Brasil-Israel
O Brasil se aproximou de Israel durante a gestão Bolsonaro, rompendo a tradição diplomática de manter uma “equidistância” em relação a Israel e aos líderes palestinos – as nações travam um conflito de décadas por territórios no Oriente Médio.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, esteve na posse de Jair Bolsonaro em janeiro de 2019 – na primeira visita de um premiê de Israel ao Brasil. Dois meses depois, Bolsonaro retribuiu a visita a Netanyahu, um dos poucos aliados do ex-presidente brasileiro no cenário internacional.
Na campanha de 2018, Bolsonaro chegou a afirmar que transferiria a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. A cidade é território sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos e, por isso, é alvo de disputa.
A promessa não foi cumprida e, por fim, o governo Bolsonaro abriu apenas um escritório de negócios da Apex em Jerusalém. O Brasil mantém embaixada em Tel Aviv, no território israelense, e um escritório de representação em Ramalá, no território palestino.