quinta-feira 19 de dezembro de 2024
Primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni - Foto: Divulgação
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quinta-feira 19 de dezembro de 2024 às 15:49h

Itália não apoiará acordo UE-Mercosul sem mudanças, diz Giorgia Meloni

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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, declarou na última quarta-feira (18) que seu governo só aprovará o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) se houver garantias de “compensações” para os agricultores do bloco europeu.

O tratado, que vem sendo negociado há 25 anos, alcançou um desfecho inicial no início deste mês, durante um encontro do Mercosul que contou com a presença de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. No entanto, o texto ainda precisa passar por etapas de revisão legal e tradução antes de ser assinado e submetido à ratificação pelos dois blocos.

“Sobre o Mercosul, pedimos para saber o que a Comissão Europeia pretende fazer para compensar os desequilíbrios”, afirmou Meloni durante uma audiência no Senado italiano, na véspera da reunião do Conselho Europeu, agendada para esta quinta-feira (19).

Dentro da União Europeia, o acordo deve obter o aval tanto do Parlamento Europeu quanto do Conselho da União Europeia, que reúne ministros dos 27 países-membros. Nesse contexto, o tratado pode ser bloqueado se houver oposição de pelo menos quatro países que representem no mínimo 35% da população do bloco.

Meloni destacou que a posição da Itália dependerá das respostas da Comissão Europeia às preocupações levantadas. “Nossa decisão final está submetida a essa resposta”, afirmou. Ela enfatizou que, sem compensações para os agricultores europeus, o país não aprovará o acordo.

Para Meloni, embora o tratado possa beneficiar setores específicos da indústria italiana, ele traz riscos para a agricultura do país. “Se impusermos regras extremamente restritivas e depois importarmos livremente de países que não têm as mesmas normas, vamos criar um desequilíbrio que depois vamos pagar”, alertou a primeira-ministra.

A resistência italiana não é isolada. O presidente francês Emmanuel Macron e agricultores da França têm se destacado como principais opositores do acordo. Eles argumentam que a redução de tarifas comerciais entre os blocos resultará em uma entrada massiva de carne do Mercosul no mercado europeu, gerando concorrência desleal com os produtores locais.

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