Israel rejeitou uma proposta de cessar-fogo com a milícia libanesa Hezbollah, apresentada pelos Estados Unidos, França e um grupo de países, nesta quinta-feira (26). O plano pedia uma suspensão imediata nas hostilidades por 21 dias, para que uma solução diplomática fosse alcançada antes que o conflito se transforme em uma guerra mais ampla.
“Não haverá cessar-fogo no norte (fronteira com o Líbano)“, disse o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz. “Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hezbollah com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos habitantes do norte do país para suas casas”, completou, referindo-se aos cerca de 60 mil israelenses deslocados pelos bombardeios do Hezbollah.
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, havia expressado esperança sobre uma possível trégua no Líbano, onde centenas de milhares de pessoas já fugiram de suas casas no sul do país. Líderes mundiais, por sua vez, se preocupam que o conflito paralelo à guerra em Gaza está aumentando rapidamente. Mas os comentários do chanceler fecharam as portas de um acordo rápido.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Nova York para discursar na Assembleia-Geral da ONU, disse que ainda não havia dado sua resposta à proposta de trégua, mas instruiu o exército a continuar lutando. Os membros ultrarreligiosos de sua coalizão, da qual Bibi depende para governar, foram claros ao dizer, porém, que o país deveria rejeitar qualquer cessar-fogo.
Perigo de uma guerra total
Israel lançou os ataques aéreos mais intensos contra o Líbano desde a guerra de 2006, contra o Hezbollah, na semana passada, matando mais de 600 pessoas. Foi o estopim de meses de trocas de disparos, desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro do ano passado, quando a milícia libanesa iniciou ataques em solidariedade ao povo palestino.
Desde a semana passada, Hezbollah disparou centenas de mísseis contra alvos israelenses, incluindo, pela primeira vez, Tel Aviv. O sistema de defesa aérea de Israel, porém, interceptou a maioria dos foguetes.
Na quarta-feira, depois de convocar mais duas brigadas de reservistas à fronteira com o Líbano, o chefe do exército de Israel afirmou que os militares se preparavam para uma possível invasão terrestre ao país vizinho.